São Paulo, segunda-feira, 12 de outubro de 2009

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DESCOBERTAS

Sono e imunidade

Estudos demonstraram que o sono de má qualidade e a suscetibilidade aos resfriados andam de mãos dadas, e cientistas acham que isso pode ser um reflexo do papel que o sono tem na manutenção das defesas do corpo.
Em um estudo recente para os "Archives of Internal Medicine", cientistas acompanharam 153 homens e mulheres durante duas semanas, registrando a qualidade e a duração de seu sono. Depois, por cinco dias, os sujeitos ficaram em quarentena e foram expostos a vírus de gripe. Os que dormiam em média menos de sete horas por noite tiveram três vezes mais probabilidade de adoecer do que os que dormiam em média pelo menos oito horas.
Sono e imunidade estão ligados, ao que parece. Estudos descobriram que os mamíferos que precisam de mais sono também produzem níveis maiores de células brancas do sangue, que combatem as doenças -mas não de células vermelhas, embora as duas sejam produzidas na medula óssea. E pesquisadores do Instituto Max Planck demonstraram que as espécies que dormem mais têm maior resistência a doenças.
ANAHAD O'CONNOR

Aromas da champanhe

Uma pequena bolha pode fazer um grande trabalho. No oceano, as bolhas de ar que sobem nas ondas levam certas substâncias até a superfície. Estas, chamadas de surfatantes, têm uma extremidade que gosta de água (que fica na água) e outra que evita a água (que fica no interior da bolha); quando as bolhas chegam à superfície e estouram, os surfatantes são liberados.
Uma taça de champanhe é como um minioceano. Quando a rolha é retirada, as bolhas de dióxido de carbono sobem à superfície. Um estudo de pesquisadores europeus mostra que essas bolhas concentram surfatantes, muitos dos quais contribuem para o odor e o sabor da champanhe, no ar acima da bebida.
Os pesquisadores notam em seu trabalho, publicado em "Proceedings of the National Academy of Sciences", que a champanhe pode produzir cerca de 100 milhões de bolhas por garrafa. Os pesquisadores usaram primeiro uma abordagem arbitrária que revelou potencialmente centenas de substâncias que eram, basicamente, puxadas para fora da champanhe e concentradas no ar acima do líquido.
Uma análise ainda mais minuciosa mostrou que várias dezenas dessas substâncias provavelmente tinham uma função na produção do aroma ou do sabor da bebida.
HENRY FOUNTAIN

A migração de enguias

A enguia europeia passa a maior parte da vida em rios e lagos, mas em certo momento ela nada para o mar. Os cientistas têm praticamente certeza de que as enguias europeias viajam para o mar dos Sargaços, no oceano Atlântico, para desovar, mas pouco se sabe sobre essa migração.
Usando pequenos aparelhos, Kim Aarestrup, pesquisador do Instituto de Recursos Aquáticos da Universidade Técnica da Dinamarca, e seus colegas acompanharam as enguias da costa oeste da Irlanda durante parte de sua viagem de 4.800 km.
Os pesquisadores regularam a maioria das etiquetas para serem liberadas em 1? de abril. Foi cedo demais: o mais longe que as enguias tinham viajado era cerca de 1.300 km. Aarestrup disse que é possível que as etiquetas tenham gerado empuxe e reduzido a velocidade dos peixes. Se as enguias naturalmente levam mais tempo para chegar lá, ele disse, o cálculo sobre quando elas desovam "tem de ser ajustado".
Os dados também mostraram que as enguias nadam em profundidades de cerca de 200 m à noite, mas descem para cerca de 600 m durante o dia. A descida para águas mais frias, sugerem os pesquisadores, retarda a maturação sexual das enguias até que elas alcancem o mar dos Sargaços.
HENRY FOUNTAIN



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