São Paulo, segunda-feira, 13 de abril de 2009

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Correios de voz perdem em popularidade para os de texto

Por JILL COLVIN

Quando a secretária eletrônica foi introduzida, nos anos 1980, a possibilidade de as pessoas poderem deixar mensagens telefônicas foi saudada como invenção milagrosa -um incentivo à produtividade dos escritórios e uma dádiva para as residências de moradores ocupados.
Mas, numa era de gratificação instantânea de informações, as pessoas parecem ter perdido a paciência para acessar seus correios de voz, muitas vezes guardados por senha, e suas secretárias eletrônicas. Estará a mensagem de voz se tornando obsoleta?
Pesquisas indicam que as pessoas demoram mais para responder a mensagens de voz que a outros tipos de comunicação. Dados da uReach Technologies mostram que mais de 30% das gravações passam três dias ou mais sem ser ouvidas e que mais de 20% das pessoas que têm mensagens em suas caixas de correio "raramente discam para ouvi-las", disse Saul Einbinder, vice-presidente sênior de marketing e desenvolvimento empresarial.
Em contrapartida, 91% das pessoas com menos de 30 anos respondem a mensagens de texto em menos de uma hora, segundo estudo da Opinion Research Corporation em 2008. Para atender ao público sem paciência para usar o correio de voz, fornecedores de serviços wireless estão introduzindo uma nova geração de alternativas de texto que prometem tornar a comunicação mais rápida.
A mais popular dessas alternativas é a Visual Voicemail (correio de voz visual), já disponível no iPhone e em outros smartphones, como o Samsung Instinct e o BlackBerry Storm. O aplicativo exibe mensagens numa caixa de entrada visual, como o e-mail, e permite que os usuários ouçam as mensagens uma a uma, em qualquer ordem, de modo que as mensagens mais importantes possam ser respondidas primeiro e as outras possam ser salvas.
Outras empresas vêm adotando uma abordagem mais ousada, eliminando por completo a necessidade de ouvir as mensagens. Por uma taxa mensal ou por mensagem, as mensagens dos assinantes são convertidas em textos digitados, automaticamente transmitidos para telefones ou caixas de entrada de e-mail.
O Google pretende lançar em breve um serviço gratuito concorrente, o Google Voice, que também transcreverá mensagens de voz. "O futuro do correio de voz está no texto", disse Piers Fawkes, 34, que analisa tendências para uma empresa de consultoria.
Para Charlie Park, 30, que faz desenvolvimento da Web em Williamsburg, Virgínia, mensagens de texto são mais eficientes. Mas mesmo ele admite que às vezes uma mensagem de voz pode ter muito valor.
Quando sua filha mais velha, Lucy, que hoje tem cinco anos, estava aprendendo a falar, Park teve que fazer uma viagem de trabalho. Enquanto estava fora de casa, Lucy lhe deixou uma mensagem dizendo "eu amo você, papai. Estou com saudades. Volte logo." Park guardou a mensagem por vários anos. "Há algo de simpático em ouvir as vozes das pessoas", disse. Por sorte, Lucy não se estendeu na mensagem.

Jill Corvin é repórter do Columbia News Service


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