São Paulo, segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros Usuários publicam seus objetivos na web Depoimentos on-line são usados para aumentar pressão Por STEPHANIE ROSENBLOOM Uma adolescente conhecida como glamourista16 confessou para as massas no YouTube: "Minha amiga me viciou em 'chipotle' e não consigo mais parar de comer". Era o começo de um vídeo de quase cinco minutos sobre sua resolução de parar de consumir fast food. Milhares de vídeos sobre resoluções feitas neste Ano Novo foram postados no YouTube. Ao mesmo tempo, Facebook, Twitter e outros sites, como o 43Things, estão repletos de posts sobre promessas de correr maratonas, aprender espanhol ou higienizar os dentes com fio dental. Anunciar suas metas ao mundo pode parecer nada mais que a variedade mais recente de cibernarcisismo, mas também pode funcionar como fator eficiente de motivação: economistas afirmam que as pessoas que divulgam suas resoluções têm muito mais probabilidade de concretizá-las. "Isso eleva o preço do fracasso", disse Dean Karlan, professor de economia na Universidade Yale. Esse preço pode se referir ao custo psicológico ou social do fracasso. Mas, caso isso não seja suficiente para motivá-lo, há o StickK.com, que cobra um preço concreto, em dinheiro, pelo fracasso. O StickK nasceu de um princípio econômico comportamental simples: a probabilidade de as pessoas alcançarem suas metas é maior se elas apostam sua reputação -ou sua conta bancária- no êxito. Para usar o site, pessoas resolutas cadastram suas metas, comprometem dinheiro (anotando seus dados de cartão de crédito de antemão, embora o preço só seja cobrado do cartão se a meta não for atingida) e indicam para onde o dinheiro deve ir se elas não conseguirem cumprir o que se propuseram a fazer. Os usuários podem escolher uma entidade beneficente favorita delas ou -um incentivo perverso adicional- uma entidade que jamais gostariam de apoiar. Então, escolhem uma pessoa que servirá de árbitro, bem como outras que farão o papel de animadoras de torcida virtuais. Existem mais de 63 mil contratos fechados no StickK -e há mais de US$ 5,9 milhões em jogo. Há muitas resoluções sobre pornografia", acrescentou o professor Karlan, fundador do StickK ao lado de Ian Ayres, professor de direito em Yale, e Jordan Goldberg, aluno da Escola de Administração de Yale. Outros sites tratam de tipos específicos de resoluções. É claro que você não precisa do ciberespaço para divulgar suas resoluções para outras pessoas. Mas a humilhação potencial do fracasso é mais poderosa on-line. Sites de relacionamento social, como o Facebook, possibilitam formalizar suas metas e, em muitos casos, acompanhar regularmente seu progresso. Quase todos os sites facilitam o processo de contar a seus amigos sobre suas metas, além de ajudar a encontrar estranhos que compartilham metas iguais. Mais de 192 mil pessoas já divulgaram suas resoluções para este ano no 43Things.com, entre elas Rick Steves, escritor de textos sobre turismo e personalidade da televisão, e Tony Hsieh, executivo-chefe da Zappos. Martin disse que postar suas metas no site é diferente de simplesmente falar com suas amigas sobre o assunto. "Aqui, no 43Things, tenho uma comunidade de pessoas que compartilham meus objetivos", disse ela. "Todo o mundo torce por você, anima você." De todas as maneiras de divulgar metas pessoais, a menos anônima é por vídeo. "Os usuários do YouTube estão usando o site para reforçar suas resoluções", disse Kevin Alloca, gerente de tendências do site. Muitos membros do YouTube disseram que a resolução deles é postar ainda mais vídeos. "Às vezes, passo seis dias sem um vídeo", disse Blair Fowler, 17, em seu vídeo de resoluções, postado sob o nome Juicy­Star07 e que já foi visto mais de 981 mil vezes. Texto Anterior: Internet Número de colaboradoras da Wikipedia é muito baixo Próximo Texto: Luto digital se torna conforto para os ausentes Índice | Comunicar Erros

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.