São Paulo, segunda-feira, 15 de junho de 2009

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Entretenimento a bordo alavanca serviços wi-fi

ENSAIO
JOE SHARKEY

Até o final deste ano, cerca de mil aviões que cobrem rotas dentro dos EUA terão serviço de internet sem fio a bordo, segundo a Aircell, empresa que fez quase todas as instalações de wi-fi até agora. Até o final do ano que vem, 2.000 aviões terão o serviço, diz a Aircell. Isso significa quase dois terços da frota doméstica dos EUA continentais, excluindo os jatos regionais. A aviação internacional está demorando mais a aderir.
O que significa que o wi-fi está claramente virando um novo padrão, embora não haja prova cabal de que grande parcela dos consumidores esteja disposta a pagar até US$ 12,95 pela conexão por voo.
Então como as empresas fazem para que isso funcione como uma proposta empresarial de longo prazo?
Neste estágio inicial, a meta é apenas incentivar mais viajantes executivos a usarem o wi-fi. A Delta Airlines, que promete ter mais de 300 aviões adaptados ao serviço Gogo da Aircell até setembro, pretende oferecer descontos.
"Neste verão [americano] vamos lançar um conceito de preços no qual você pode comprar uma adesão mensal, com um esquema de preços feito para viajantes frequentes", disse Ranjan Goswami, diretor de experiência do cliente da Delta.
Goswami não disse quanto custará o passe mensal. A Delta atualmente cobra US$ 12,95 pelo wi-fi em voos com mais de três horas; US$ 9,95 por voos com menos de três horas; e US$ 7,95 por equipamentos "hand held" em qualquer duração de voo.
O wi-fi de bordo atualmente oferece internet e e-mail. Mas as empresas aéreas buscam um possível novo mercado: usar essa conexão para incrementar o entretenimento.
O sistema da Aircell custa cerca de US$ 100 mil por avião e acrescenta apenas cerca de 136 kg a cada aeronave. Os sistemas de vídeo digital nas costas das poltronas são muito mais caros e pesados. Como há cada vez mais pessoas com notebooks e smartphones, as empresas talvez pudessem evitar o custo da instalação dos vídeos nas poltronas.
O sistema de wi-fi da Aircell usa um servidor de grande capacidade, "então não se surpreenda no futuro em ver cada vez mais conteúdo sendo agregado", disse o executivo-chefe Jack Blumenstein. Isso significa filmes e outras formas de entretenimento que podem ser "embalados" em terra e colocados no avião para exibição nos dispositivos eletrônicos dos passageiros, explicou ele. A Aircell planeja também se expandir para o Canadá.
Outra empresa, a Row 44, oferece um serviço por satélite, que está sendo testado pela Southwest Airlines. A Norwegian Air Shuttle anunciou em abril a intenção de equipar toda a sua frota com esse sistema.
As companhias aéreas que desejem competir no quesito entretenimento provavelmente terão de considerar uma combinação de telas nas poltronas com wi-fi, disse David Cush, executivo-chefe da Virgin America, que recentemente instalou sistemas wi-fi em 26 dos seus aviões A320 e A319.
A maioria das empresas que têm wi-fi não revela quantos passageiros adquirem o serviço. Cush disse que 20% a 25% dos seus passageiros o usam na rota San Francisco-Boston, muito procurada por executivos, e que ao todo a média é de 12% a 15%.
"O próximo passo será integrar o wi-fi no nosso sistema das costas das poltronas", disse. "No futuro, os dispositivos que a maioria das pessoas traz para os aviões não serão telas com tamanho integral, serão BlackBerrrys e iPhones", opinou Cush. A empresa planeja integrar o wi-fi às suas telas de nove polegadas. "O esporte é uma das atrações mais populares na TV por satélite", disse ele. "Você já tentou assistir a um jogo de basquete numa tela do tamanho de um caixa de fósforos?"


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