São Paulo, segunda-feira, 15 de agosto de 2011 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
A voz eclética de alguém que conhece seu público Emily Shur Por JON PARELES "Não acredito nos riscos que estou correndo", canta a compositora mexicana Ximena Sariñana em "Different", single e faixa de abertura do seu álbum auto-intitulado. Ela disse que é assim que se sentiu quando mudou de língua e de lugar, do México para Los Angeles, para aproveitar a oportunidade de alcançar o mundo maior. Ela estreou cantando em espanhol em "Mediocre", de 2008. Seu segundo álbum é cantado principalmente em inglês e apresenta uma compositora que inclui excentricidades musicais e verbais de todos os tipos em canções ágeis e sucintas. Desde o refrão assobiado que abre o álbum até as caixinhas de música que tocam leves sob o baixo em estilo grunge de "Shine Down", passando pelo torvelinho de harmonias vocais sem palavras que encerram muitas das canções, os arranjos estão cheios de surpresas. Há indícios de influências de Talking Heads, Beatles, Depeche Mode, Radiohead, Carole King e Beach Boys. Ximena, 25, é muito conhecida no México, onde atuou em telefilmes e novelas desde os 11 anos. E ela vem provando seu valor como música: compositora, letrista, tecladista e líder de banda. Lançado no México, "Mediocre" vendeu 450 mil exemplares e lhe valeu uma indicação ao Grammy e duas ao Grammy Latino. O pai da cantora, Fernando Sariñana, é um cineasta mexicano conceituado, e sua mãe, Carolina Rivera, é roteirista. Ela nasceu em Guadalajara, mas pouco depois sua família se transferiu para Los Angeles, onde Ximena viveu por cinco anos e se tornou bilíngue. Ela cursou o secundário numa escola britânica na Cidade do México. Começou escrevendo letras em inglês, mas passou para o espanhol quando, aos 17, entrou para a banda Feliz Un-Cumpleaños. O espanhol, disse ela, "é uma língua difícil de dominar quando se escreve nela. As palavras têm muito mais sílabas. Você leva mais tempo para dizer o que quer dizer do que levaria em inglês. Trabalhei cinco anos de minha vida para chegar a uma maneira de dizer coisas que seja confortável para mim." Depois de "Mediocre", a Warner Music, empresa mãe americana do seu selo mexicano, sugeriu que Ximena escrevesse canções em inglês para que sejam lançadas em todo o mundo. "De repente, todo esse outro caminho se abriu para mim", comentou. "Mas foi mais difícil do que pensei que seria." Embora Ximena tenha escrito quase todas as letras do álbum, a única canção cuja autoria é apenas dela é em espanhol: "Tu y Yo". Ela experimentou parcerias de todos os tipos para criar canções. "Ela tem uma maneira muito complexa de ouvir acordes", disse Greg Kurstin, seu principal colaborador e produtor, além de ser metade do duo The Bird and the Bee. Ximena, que berrou alto em partes de "Mediocre", canta com mais suavidade nas canções em língua inglesa, permitindo-se soar imperfeita. Enquanto sons eletrônicos zunem à sua volta, e os coros vocais se abrem, o ambiente ainda dá a impressão de algo feito à mão. E, dentro da construção das canções, está uma voz repleta não apenas de anseios e incertezas, mas também da confiança de exprimir tudo isso. Ximena diz que, por ser do signo de escorpião, é intensa. "Os relacionamentos precisam ser intensos, os processos precisam ser muito intensos. Procuro frear um pouco, pois enxergo isso em mim e sei que não é a maneira mais saudável de viver. É meu lado escuro, algo que se traduz em minhas composições o tempo todo. Por isso, compor junto com outras pessoas é algo que ajuda." Texto Anterior: Museu temporário é laboratório urbano Próximo Texto: Programa de namoro chinês não perdoa Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |