São Paulo, segunda-feira, 16 de março de 2009

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Hotéis buscam soluções contra furtos em quartos

Por ELIZABETH OLSON

Quem viaja a negócios pode achar que seu hotel é um refúgio contra as provações da vida na estrada, mas nem sempre é assim.
É impossível dizer quantos furtos e outros crimes ocorrem nos quartos de hotel, porque os estabelecimentos não divulgam números, e as estatísticas oficiais não registram os crimes por tipo de imóvel.
Se por um lado os hotéis tentam educar seus hóspedes quanto à própria proteção -colocando dicas atrás das portas, em folhetos informativos nos quartos e às vezes nos cartões de plástico que servem como chave-, novos ambientes costumam convidar os clientes a uma falsa sensação de segurança.
Foi o que ocorreu com Glenn Haussman num resort de luxo em Phoenix, Arizona. Na última manhã da sua estadia, ele acordou e sentiu falta da carteira. Logo percebeu que alguém havia escalado as sacadas adjacentes e entrado pela varanda no seu quarto no segundo andar.
"Eu não tinha identidade, cartão de crédito nem dinheiro", disse Haussman, que trabalha na Universidade de Nova York.
Ele relatou que a segurança do hotel, que ele não quis identificar porque ainda deve participar de outra conferência no local, lhe pediu que assinasse um papel em que admitia ter deixado a porta da varanda aberta. Em outras palavras, disse, "foi culpa minha".
John Powers, investigador de fraudes contra seguros, foi vítima de furto no ano passado quando se hospedava no Hilton Milwaukee River Hotel, em Wisconsin. Ele contou que estava preparando uma apresentação para um cliente quando decidiu sair rapidamente para jantar, sem trancar suas coisas, inclusive um laptop Apple novo. Ao voltar, segundo ele, "não havia laptop nem bagagem".
A queixa inicialmente foi rejeitada, disse ele, porque o cartão eletrônico de acesso ao quarto mostrava que ele fora o único a entrar na suíte. O hotel programa os cartões para que sempre registrem quem entra no quarto, seja uma camareira, um funcionário de manutenção ou o hóspede.
O registro dos cartões-chave reduziu bastante os furtos, mas não em todas as situações. No caso de Haussman, nenhum cartão foi usado, porque o ladrão entrou pela varanda. Já Power identificou sinais de arrombamento.
A segurança dos hotéis melhorou muito na última década, segundo Thomas Davis, consultor da associação norte-americana do setor. Isso, segundo ele, se deve ao fato de que os hotéis não só olham quem entra nos quartos, mas também verificam minuciosamente os antecedentes dos funcionários, lembram os hóspedes de tomarem precauções e treinam cuidadosamente os empregados.
Mark Sanna, vice-presidente de segurança global da rede Hyatt, disse que os hotéis da sua empresa e de outras estão começando a adotar uma resposta ao furto mais frequente nos quartos, o de laptops.
"Estamos adaptando muitos quartos com cofres que têm uma tomada", disse Sanna. "E os cofres são grandes o suficiente para que você possa deixar seu laptop e seu celular carregando lá dentro, em vez de deixá-los sobre a mesa."
Mas acrescentou: "Não podemos impedir tudo. É uma responsabilidade compartilhada, e coisas simples, como usar o cofre do quarto, podem evitar muitos problemas".


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