São Paulo, segunda-feira, 16 de maio de 2011

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Telescópio moderno facilita vida de novato

Por ANNE EISENBERG

Os observadores de estrelas, antigamente, aprendiam o básico munidos de telescópio, lápis, cartas estelares e muita paciência.
Agora, equipamentos avançados e aplicativos de smartphones estão tornando essa tarefa menos pesada. Novos telescópios precisam apenas de um apertar de botão para que entrem em ação: o troço se alinha com as estrelas e, em poucos minutos, é capaz de lhe dizer que aquela luzinha piscando na ocular é a Betelgeuse.
Três modelos desses telescópios "inteligentes", a preços de US$ 700 a US$ 800, serão lançados em julho pela Celestron. A nova linha da empresa, chamada SkyProdigy, se destina a amadores sem conhecimento do céu noturno, segundo Danyal Medley, engenheiro da empresa na Califórnia.
"Acho que um telescópio que se configura para poder ser usado por qualquer um é ótimo", disse Jay Pasachoff, chefe do departamento de astronomia do Williams College, em Massachusetts, e diretor do Observatório Hopkins. "Esse tipo de telescópio permite que as pessoas saiam aos seus quintais e olhem os objetos astronômicos."
Para se localizar e, em seguida, reconhecer as estrelas no céu, o telescópio tem uma câmera digital que tira fotos e as compara com um banco de dados, explicou Medley. O processo, geralmente, leva menos de três minutos. Telescópios automatizados não são novidade. Faz tempo que possuem motores que os direcionam, além de processadores embutidos e bancos de dados. Usuários de alguns telescópios mais antigos, por exemplo, já podiam marcar "Saturno" no menu no controle manual.
Astrônomos amadores também estão encontrando uma infinidade de dados em aplicativos de smartphones. Esses dispositivos, com suas câmeras e grande poder de processamento, oferecem recursos novos, que seriam impossíveis para os telescópios. A United Soft Media, por exemplo, oferece o aplicativo Redshift para iPhone e iPad (US$ 11,99 no iTunes), que identifica planetas ou estrelas brilhantes que sejam visíveis no céu noturno. Ele também simula um passeio numa nave espacial, levando você a percorrer planetas distantes.
Os aplicativos podem estimular a venda de telescópios, disse Tom Kovach, gerente de atendimento na Astronomics.com. Ele contou que as pessoas chegam com versões "rotuladas" do céu noturno em seus celulares e pedem "um telescópio para ver de verdade".
Quem deseja misturar os telescópios aos smartphones também pode. Um adaptador simples, o MX-1 da Magnilux (US$ 45 na magnilux.com), prende o iPhone diretamente na ocular do telescópio, disse Robert Buchanan, o presidente da empresa, com sede na Flórida. Com isso, o usuário pode fotografar Saturno, a Lua, Júpiter e outros objetos brilhantes através do telescópio. "Você não vai pegar galáxias distantes", disse ele, "mas isso fará você se iniciar".
Chris Lintott, diretor de ciência cidadã do Planetário Adler, em Chicago, considera que a oferta de ferramentas para iniciantes, como aplicativos e telescópios que se alinham sozinhos, pode estimular o interesse pela astronomia. "As pessoas podem descobrir com muito mais facilidade o que é aquela coisa brilhante no céu que lhes interessa", afirmou.
"E quando descobrirem que aquela estrela brilhante é um planeta, acho natural que queiram saber mais sobre ela."


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