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Atletas se aperfeiçoam com videogame
Jogos virtuais realistas se tornam uma ferramenta para treinos
Por JOE BRESCIA
Videogames como o Wii Fit, da Nintendo, ou o Madden NFL, da Electronic Arts (EA),
não são só para os atletas de poltrona.
Atletas profissionais de vários esportes dizem que os games melhoram sua capacidade
física e mental, em parte graças à qualidade das simulações esportivas feitas por
empresas como EA e Take-Two Interactive.
Nos dias de partidas, o centroavante Conor Chinn, do New York Red Bulls, passa uma
hora na frente do seu Xbox 360 jogando Fifa Soccer, da EA. Ele acha que isso melhora
sua atuação em campo.
"Ele deixa o seu cérebro futebolístico ligado naquele dia", disse Chinn, que pegou o
hábito na faculdade. Cada jogador virtual reproduz "o jeito que um jogador se mexe, o
jeito que chuta, o jeito de passar a bola" na vida real.
"Dá mesmo para ver e experimentar o estilo dos jogadores", disse. "Depois que eu
enfrento um cara real no campo, dá para ver como os movimentos e ações dele são
similares no videogame."
Alguns atletas usam os jogos para se manterem afiados enquanto se recuperam de
contusões. Técnicos e jogadores dizem que os games podem também unir os colegas de
equipe, que muitas vezes se divertem juntos. Mas advertem que os videogames não
substituem os treinos regulares e, em alguns casos, podem atrapalhar.
Uma grande razão para o interesse dos atletas pelos games é o seu crescente nível de
realismo. Para o Fifa Soccer e outros jogos esportivos, como as séries Madden NFL,
NBA Live e NHL, os magos gráficos da EA reproduzem praticamente cada aspecto dos
atletas reais.
Eles começam pelo básico, como peso, altura e traços faciais. Então os produtores usam
um sistema de captura de movimento que cria os movimentos dos atletas. Num estúdio,
atletas profissionais e ex-jogadores vestem trajes de neoprene spandex, e sensores de luz
são posicionados em seus troncos e em cada articulação. Os jogadores realizam vários
arremessos, chutes e outros movimentos, que se tornam a base para os jogadores no
game. Ajustes para imitar habilidades individuais de atletas específicos são feitos pelos
designers.
Outras empresas de videogames, como a 2K Sports, divisão da Take-Two, usam
métodos semelhantes. "Nossos desenvolvedores se debruçam sobre centenas de horas
[de vídeos], assistindo a gravações de jogadores e prestando extrema atenção a todos os
seus movimentos, suas nuances físicas e a uma variedade de outros detalhes
granulares", disse Bryan Lam, assessor de imprensa da 2K Sports, cujos jogos incluem
NBA 2K, MLB 2K e NHL 2K.
Se alguns atletas talvez considerem os videogames uma distração desnecessária logo
antes de uma competição real, correr em simuladores, por outro lado, pode ser a melhor
forma de treinar para certos esportes, como o automobilismo.
Joey Logano, piloto da Nascar, diz que se prepara para as corridas entrando no site de
simulação iRacing.com.
Como qualquer torcedor pode fazer, ele se coloca atrás do console com volante do seu
computador e presta atenção. Desde que a Nascar proibiu testes nas pistas, Logano e
outros profissionais usam o iRacing.com para conhecer novas pistas e refrescar a
lembrança de traçados onde já correram.
"Os gráficos são próximos da corrida de verdade", disse Logano. "Você experimenta
cada curva ou solavanco."
John Hart, consultor do time de beisebol Texas Rangers, vê um lado positivo no apreço
dos jogadores pelos games. "Você quer que seus jogadores estejam relaxados e tenham
camaradagem", afirmou. "Os jogadores costumavam jogar golfe ou ficar em bares.
Agora, eles jogam videogame entre si." E, como em todos os esportes as equipes estão
repletas de atletas do mundo inteiro, o videogame pode ser um nivelador. "Não há
barreira linguística."
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