São Paulo, segunda-feira, 17 de maio de 2010

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Atletas se aperfeiçoam com videogame

Jogos virtuais realistas se tornam uma ferramenta para treinos

Por JOE BRESCIA
Videogames como o Wii Fit, da Nintendo, ou o Madden NFL, da Electronic Arts (EA), não são só para os atletas de poltrona.
Atletas profissionais de vários esportes dizem que os games melhoram sua capacidade física e mental, em parte graças à qualidade das simulações esportivas feitas por empresas como EA e Take-Two Interactive.
Nos dias de partidas, o centroavante Conor Chinn, do New York Red Bulls, passa uma hora na frente do seu Xbox 360 jogando Fifa Soccer, da EA. Ele acha que isso melhora sua atuação em campo.
"Ele deixa o seu cérebro futebolístico ligado naquele dia", disse Chinn, que pegou o hábito na faculdade. Cada jogador virtual reproduz "o jeito que um jogador se mexe, o jeito que chuta, o jeito de passar a bola" na vida real.
"Dá mesmo para ver e experimentar o estilo dos jogadores", disse. "Depois que eu enfrento um cara real no campo, dá para ver como os movimentos e ações dele são similares no videogame."
Alguns atletas usam os jogos para se manterem afiados enquanto se recuperam de contusões. Técnicos e jogadores dizem que os games podem também unir os colegas de equipe, que muitas vezes se divertem juntos. Mas advertem que os videogames não substituem os treinos regulares e, em alguns casos, podem atrapalhar.
Uma grande razão para o interesse dos atletas pelos games é o seu crescente nível de realismo. Para o Fifa Soccer e outros jogos esportivos, como as séries Madden NFL, NBA Live e NHL, os magos gráficos da EA reproduzem praticamente cada aspecto dos atletas reais.
Eles começam pelo básico, como peso, altura e traços faciais. Então os produtores usam um sistema de captura de movimento que cria os movimentos dos atletas. Num estúdio, atletas profissionais e ex-jogadores vestem trajes de neoprene spandex, e sensores de luz são posicionados em seus troncos e em cada articulação. Os jogadores realizam vários arremessos, chutes e outros movimentos, que se tornam a base para os jogadores no game. Ajustes para imitar habilidades individuais de atletas específicos são feitos pelos designers.
Outras empresas de videogames, como a 2K Sports, divisão da Take-Two, usam métodos semelhantes. "Nossos desenvolvedores se debruçam sobre centenas de horas [de vídeos], assistindo a gravações de jogadores e prestando extrema atenção a todos os seus movimentos, suas nuances físicas e a uma variedade de outros detalhes granulares", disse Bryan Lam, assessor de imprensa da 2K Sports, cujos jogos incluem NBA 2K, MLB 2K e NHL 2K.
Se alguns atletas talvez considerem os videogames uma distração desnecessária logo antes de uma competição real, correr em simuladores, por outro lado, pode ser a melhor forma de treinar para certos esportes, como o automobilismo.
Joey Logano, piloto da Nascar, diz que se prepara para as corridas entrando no site de simulação iRacing.com.
Como qualquer torcedor pode fazer, ele se coloca atrás do console com volante do seu computador e presta atenção. Desde que a Nascar proibiu testes nas pistas, Logano e outros profissionais usam o iRacing.com para conhecer novas pistas e refrescar a lembrança de traçados onde já correram.
"Os gráficos são próximos da corrida de verdade", disse Logano. "Você experimenta cada curva ou solavanco."
John Hart, consultor do time de beisebol Texas Rangers, vê um lado positivo no apreço dos jogadores pelos games. "Você quer que seus jogadores estejam relaxados e tenham camaradagem", afirmou. "Os jogadores costumavam jogar golfe ou ficar em bares.
Agora, eles jogam videogame entre si." E, como em todos os esportes as equipes estão repletas de atletas do mundo inteiro, o videogame pode ser um nivelador. "Não há barreira linguística."


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