São Paulo, segunda-feira, 21 de março de 2011

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BRADLEY COOPER

Belo, encantador e um ator realmente sério

Por JONAH WEINER
LOS ANGELES - Com a atual safra de superastros masculinos de Hollywood -Brad Pitt, Johnny Depp, Tom Cruise, Matt Damon- na faixa dos 40, os estúdios procuram novos talentos para substituí-los. Surge Bradley Cooper, 36, cuja elegibilidade pode ser datada, mais ou menos, ao lançamento de "Se Beber, Não Case!", a comédia de sucesso de 2009 em que ele coestrelou como o suavemente canastrão Phil.
Enquanto "Se Beber, Não Case!" foi a comédia proibida para menores de 17 anos de maior faturamento de todos os tempos, "Esquadrão Classe A", do ano passado, seu trabalho mais destacado desde então, não impressionou a crítica ou o público. Agora chega seu último filme, o thriller "Sem Limites", que deverá responder à pergunta: ele pode carregar um filme sozinho? (para não falar em se sustentar diante de Robert de Niro, que aparece em um papel secundário combativo) Com "Se Beber, Não Case! Parte 2" esperado para maio, este é o momento para Cooper.
"A câmera o adora", disse Liam Neeson, que estrelou com ele em "Esquadrão Classe A" e aparece rapidamente na sequência de "Se Beber, Não Case". "Ele me lembra um pouco Paul Newman, especialmente ao redor dos olhos e no modo como tem suavidade, mas também uma inteligência ágil."
Em "Sem Limites", Cooper interpreta Eddie, um estranho candidato a escritor que descobre NZT, uma droga que lhe permite utilizar 100% de seu poder cerebral. Com NZT, Eddie escreve um romance brilhante e faz uma fortuna em Wall Street.
Cooper tem prazer em retratar "machos alfa". Sua coisa preferida em "Sem Limites", porém, foi interpretar o Eddie antes do NZT, aproximando-se da atuação transformadora que sempre admirou em heróis como De Niro, Gene Hackman e John Hurt.
Para Cooper, "Sem Limites" é uma oportunidade de provar que é adepto de interpretar mais que um homem encantador. "Eu ingeria toneladas de comida chinesa na véspera da filmagem, para ficar inchado", disse Cooper. "E meu rosto está meio bagunçado -na verdade, eu sou vesgo-, por isso, se você me filma de ângulos diferentes, eu pareço outra pessoa."
Cooper cresceu em Rydal, na Pensilvânia, subúrbio de Filadélfia, filho de corretor da Bolsa e de uma dona de casa. Seu pai, que morreu em janeiro, era um cinéfilo e transmitiu a paixão para o filho.
Durante sua graduação em inglês pela Universidade Georgetown em Washington, Cooper fez remo, atuou em uma trupe teatral e escreveu uma tese de formatura sobre as adaptações para o cinema de Lolita. A partir daí, ele se inscreveu no programa de mestrado do Actors Studio na New School em Nova York, durante o qual apareceu em um episódio de "Sex and the City" e apresentou viagens de Lonely Planet. A grande chance de Cooper veio depois da formatura, quando J.J Abrams o escolheu para fazer Will, o amigo repórter do superespião Sidney Bristow em "Alias".
Cooper, que está namorando Renée Zellweger, disse que não compartilha a autoconfiança de seus personagens. "Fico à vontade em minha própria pele, mas o que é essa coisa que você vê neles? Eu gostaria de ter isso. É algo que tenho de fingir."
Uma certa sabedoria parece entrar em jogo no amplo leque de filmes que ele fez. De Niro, que entrou em "Sem Limites" em parte porque gostou do que viu em Cooper, disse: "Ele tem o mesmo compromisso que outros atores jovens e sérios como Leonardo DiCaprio e Sean Penn".
Cooper manifestou o desejo de não fugir de sua imagem, mas de aprofundar-se nela. Ficou animado discutindo o papel que esperava conseguir na próxima adaptação de "O Grande Gatsby" por Baz Luhrmann: o rival sangue-azul de Gatsby, Tom Buchanan.
"Não sei nem se estou no radar de Luhrmann", ele disse. "Talvez ele leia esta matéria depois de escolher o ator e diga: 'Ah, sim. É, esse cara jamais o conseguiria'."


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