São Paulo, segunda-feira, 26 de setembro de 2011

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Paris vira o shopping dos chineses na Europa

Por STEVEN ERLANGER

PARIS - Primeiro foram os americanos, depois os japoneses e, então, os russos. Agora são os chineses. Eles passaram a viajar para o exterior em grande número, e nos últimos meses têm dominado Paris.
Eles vêm mais para comprar do que para comer.
Segundo a Atout France, agência francesa de desenvolvimento do turismo, os vistos individuais ainda são caros e restritos para os visitantes chineses.
Por isso, eles chegam principalmente em excursões de ônibus organizadas no seu país, geralmente em viagens de 10 a 15 dias que costumam começar na Alemanha e passar pela Suíça, Itália ou Holanda, terminando quase sempre em Paris. E é em Paris que eles mais consomem.
Em 2010, os visitantes chineses deixaram cerca de US$ 890 milhões na França, 60% a mais do que em 2009, segundo a consultora Atout France.
Mais americanos do que chineses vêm a Paris, mas cada um deles gasta em média apenas 40% do que desembolsa um chinês. Só o turista russo gasta (um pouco) mais.
Os chineses frequentam principalmente os "grand magasins" (lojas de departamentos), como a Galeries Lafayette e a Au Printemps, que ficam lado a lado no Boulevard Haussmann.
Pang Hao e sua esposa, Wang Wenting, ambos de 34 anos, vieram de Nanquim com a filha numa excursão de ônibus. Paris foi sua última escala turística.
"Fazemos todas as nossas compras aqui", disse Wang na fila da boutique Chanel da Galeries Lafayette. "Vamos gastar bastante por aqui."
Pang disse que prefere os "outlets" americanos, "onde tudo é mais barato". Mas, argumentou sua mulher, "a Galeries Lafayette é muito famosa na China".
O mercado chinês se tornou importantíssimo para ambas as lojas. Elas anunciam fortemente na China e mantêm boas relações com a embaixada e com organizações empresariais para receberem consumidores sofisticados. Ambas contam com funcionários que falam chinês mandarim, têm mapas das lojas nesse idioma e aceitam cartões de crédito da China.
Os clientes internacionais representam atualmente cerca de 40% das vendas da Printemps, e em torno de um terço disso é para chineses, segundo Laurent Schenten, diretor do departamento de clientes internacionais. Cada cliente chinês gasta em média US$ 1.660 na Printemps.
A Galeries Lafayette, que recebe cerca de 10 milhões de visitantes estrangeiros por ano, há décadas cultiva o apreço do mercado asiático, segundo Thierry Vannier, seu diretor de promoção internacional.
"Somos mais visitados que a Torre Eiffel", afirmou ele. A Galeries Lafayette planeja abrir uma filial em Pequim em 2012.
Vindos de Hong Kong numa excursão, o médico John Wu e sua mulher, Christine Au, esperavam na fila para comprar uma carteira Louis Vuitton.
Questionado sobre o que mais lhe chamou a atenção na sua primeira viagem a Paris, ele disse: "Fiquei surpreso com tantos chineses por aqui!".


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