São Paulo, segunda-feira, 27 de julho de 2009

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ARTE & ESTILO

Luxo sai de moda em casas noturnas de Nova York

Por ALLEN SALKIN

NOVA YORK - O Superdive é quase nada. E nada se tornou um conceito badalado hoje em dia. O Superdive, que abriu em junho passado, é um bar muito "blogado" do East Village, em Nova York, que desconstruiu quase todos os pilares imagináveis da tradicional cena noturna exagerada da cidade. Os banheiros têm cabines de compensado, o porteiro verifica as identidades, e nada mais, e, em vez do "serviço de garrafa", o Superdive oferece serviço de barril -ao lado da mesa.
"Como todos os outros lugares são tão esnobes, nós pensamos: por que não oferecer um serviço de barril?", disse o gerente, Keith Okada. Em uma mesa, um grupo de homens na faixa dos 20 e 30 anos compartilha um barril de 5 litros de cerveja para comemorar o que eles chamam de "Manday", uma noite masculina que já é quase habitual.
O Superdive era muito mais adequado para eles do que um clube barulhento com cordas de veludo na porta e garrafas de vodca a US$ 400, disse David Sitt, 32, habitual frequentador do Manday. "Estamos num período em que a atitude arrogante não ajuda as pessoas a se sentir melhor", ele disse.
O superchique está "out". As receitas caíram de 20% a 40% no ano passado nas casas noturnas lotadas, que floresceram atendendo ao público de Wall Street que usava seus cartões de crédito para pagar contas de quatro dígitos, dizem os donos de clubes. Muitas casas antes populares, como Lotus, Mansion e Room Service, fecharam ou estão sendo reformadas. "Três ou quatro anos atrás, parecia que todo bar em Nova York tinha uma corda e um porteiro mal-encarado", disse David Rabin, um dos donos da Lotus.
Hoje a imponência está tão na moda quanto uma hipoteca cara, ele disse. Os donos de clubes procuram uma nova fórmula de vida noturna que seja vibrante dentro do atual clima discreto, mas atraia o que restou de renda disponível da cidade. "As pessoas continuam procurando a abordagem certa", disse Rabin. "Existe muita incerteza."
As ideias diferem, mas os proprietários concordam em uma coisa: a palavra "clube" tem quase tanta relevância cultural quanto a Macarena. Noah Tepperberg, um dos donos do Marquee, por exemplo, está chamando seu último empreendimento, o Avenue, inaugurado em junho, de "gastro-lounge".
Durante a maior parte da última década, donos de casas noturnas em Nova York gostavam de descrever seus empreendimentos como "exclusivos". Hoje, alguns querem ser amistosos e inclusivos. Em Chinatown, a Santos Party House, casa de dança inaugurada em junho, tem poucas mesas, coquetéis a US$ 10 e uma política de porta não excludente. A função do clube de dança parece ser dançar.


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