São Paulo, segunda-feira, 28 de março de 2011

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Sentinela sem fio alerta quando existe problema

Por ANNE EISENBERG

A estrutura e os cabos finos da ponte Jindo, na Coreia do Sul, são salpicados com um exército de sentinelas eletrônicas -minúsculos sensores e microprocessadores sem fios que monitoram a estrutura da ponte. A rede analisa fatores como vibração, ventos e umidade e informa quaisquer anomalias a um computador, que, então, repassa a notícia.
Sistemas sem fios como a rede da ponte Jindo, um protótipo que está em seu terceiro ano de funcionamento experimental, não vão substituir a fiscalização humana. Mas os dados coletados pela rede podem ajudar os proprietários da ponte na tomada de decisões informadas, disse John W. Wallace, professor de engenharia civil e ambiental da Universidade da Califórnia em Los Angeles e diretor do laboratório de pesquisas em engenharia estrutural e de terremotos da universidade.
A maioria dos sistemas usados até agora para monitorar as respostas de estruturas a terremotos ou ventos fortes são sistemas ligados por fios. Mas alertas enviados por sistemas sem fios podem tornar-se uma alternativa.
"Os sistemas de monitoramento com fios são caros", explicou Jerome P. Lynch, diretor do Laboratório de Tecnologia Estrutural Inteligente e professor associado da Universidade do Michigan.
Os sistemas sem fios podem ser atraentes também devido a seus softwares sofisticados de gerenciamento de energia, que melhoram a performance de baterias, disse Lynch. Os sensores também podem ajudar a estender a vida de baterias, recebendo energia do sol e do vento -e até mesmo de vibrações.
A rede da ponte Jindo tem 663 sensores sem fios, cada um dos quais fornece um canal de informações pelo custo de instalação de cerca de US$ 100, menos que os milhares de dólares normalmente gastos com a instalação de cada canal com fios, segundo B.F. Spencer Jr., professor de engenharia civil e ambiental da Universidade de Illinois em Urbana-Champagne.
O engenheiro Mark Sinclair, da Degenkolb Engineers, em San Francisco, disse que os sistemas sem fios podem ser usados após terremoto para confirmar a ausência de danos em estruturas.
Mas Sinclair é cético quanto a sua utilização geral para o envio de alertas. Na Universidade Princeton, o professor de engenharia elétrica Sigurd Wagner desenvolveu um revestimento sensório que pode emitir indicações de problemas. É feito de borracha que pode ser esticada por uma chapa de aço, como uma membrana.
Outros pesquisadores também estão trabalhando sobre peles estruturais que possam ajudar engenheiros na fiscalização da saúde de edifícios. O professor Wallace, da U.C.L.A., diz que sensores como essas "peles" ocuparão um lugar em redes futuras.
"É difícil determinar se um dano sofrido em um único ponto é importante, mas, caso você possa olhar para uma área maior, fará uma avaliação mais precisa." Ele acrescentou: "Se tivermos milhares de pontes e dispusermos de verbas para reparar apenas dez delas, os sensores e as redes de wireless nos forneceriam os dados necessários."


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