São Paulo, domingo, 02 de janeiro de 2011

Índice | Comunicar Erros

OMBUDSMAN

SUZANA SINGER - ombudsman@uol.com.br
@folha_ombudsman


PEDIDOS DE ANO NOVO

QUANDO ASSUMI o cargo de ombudsman, em abril, eu me propus a buscar o "leitor real", aquele que não costuma escrever para jornal porque, embora tenha críticas, não encontra tempo de encaminhá-las.
Sem desmerecer os que ajudam o trabalho do ombudsman diariamente, considero importante dar espaço ao leitor silencioso. Com a ajuda de Anna Carolina Cardoso e Nádia Guerlenda Cabral, entrevistamos 142 pessoas, sorteadas entre os assinantes. Elas comentavam as notícias do dia e faziam sugestões, repassadas à Redação na crítica interna -relatório diário em que o ombudsman avalia a edição.
Não há valor estatístico nesse levantamento caseiro, mas algumas demandas foram recorrentes. As mais relevantes estão a seguir, organizadas em uma lista de pedidos para a Folha em 2011.

VALORIZAÇÃO DOS COLUNISTAS
O grande time de colaboradores é o que mais chama a atenção dos leitores. Todo o mundo tem os seus favoritos e os "desafetos", mas a diversidade é sempre elogiada. "O aumento de colunistas foi bom, deu uma variada, saiu um pouco do tradicional. Gosto do Fabio Barbosa, Nizan Guanaes, Gustavo Cerbasi.
Não gostei tanto que o Palocci tenha entrado nem que o Sarney continue a escrever". (Vinicius Ceschin, 28, analista sênior de marketing)

PROFUNDIDADE
Quem opta por se informar pelo jornal não perdoa textos rasos, que não contextualizam ou não questionam duramente as autoridades. "Precisa pegar o cerne de cada questão, aprofundar e dizer por que as coisas dão errado. Tem que dar algo diferente do on-line. Perguntar mais porquês e relatar menos. A dificuldade do jornal hoje está entre equilibrar uma cobertura não muito densa e não muito rasa." (Antonio Matias Ferreira Junior, 43, administrador de empresas)

ISENÇÃO POLÍTICA
Muitos leitores reivindicam que o jornal volte a um equilíbrio político que julgam ter sido afetado durante a cobertura eleitoral. "Gostaria que a Folha fosse menos tendenciosa nas próximas eleições. Várias manchetes falando do Lula, da Dilma, e nada do Serra. Quando faltavam 20 dias para o pleito, melhorou, mas ficou marcada essa postura." (Adriana de Paula Rosa, 49, professora)

MAIS ANÁLISES
Há uma aprovação geral aos textos de especialistas, desde que ajudem a entender o factual sem emitir opinião. "O aumento das análises que acompanham as matérias é um ponto forte do jornal." (Ricardo de Toledo Soares, 45, bancário)

TEM QUE SER DIDÁTICO
Nada frustra mais o leitor do que atravessar um longo texto e concluir que não entendeu direito o noticiado. "Há situações em que a reportagem não explica a questão para o leigo, principalmente temas processuais, o que é um mandado de segurança, uma antecipação de tutela... Esses termos do juridiquês poderiam ser mais bem explicados." (Otávio Pinto e Silva, 46, professor de direito da USP)

MUITA SAÚDE
Homens e mulheres se interessam por doenças, bem-estar, dietas e exercícios. "Sempre recorto as matérias de Saúde e levo para os médicos. Minha família usa, porque os assuntos vão do deficit de aprendizado à morte." (Vitória Bergamasco, 66, professora aposentada)

MAIS NOTAS CURTAS
Há uma predileção por colunas que informam em poucas linhas, sem enrolação. FolhaCorrida, painel político e Mônica Bergamo estão entre os preferidos. "Ajuda muito quando não dá tempo de ler o jornal todo." (Fernando De Angelis Neto, 75, agrimensor)

MENOS PROPAGANDA
Esse ponto é quase unanimidade entre os leitores. "A publicidade não pode ser mais importante que a notícia. As sobrecapas são horríveis! O primeiro caderno vem com páginas demais de anúncios." (Darlene Dias Silva, 49, assistente social)

MAIS OPINIÃO DE LEITOR
O painel da página 3 é muito citado. "Gosto de comparar minha opinião com a dos outros, para ver se algum comentário bate. Vibro quando isso acontece." (Anna Paula Marinelli, 41, empresária)


Índice | Comunicar Erros


Suzana Singer é a ombudsman da Folha desde 24 de abril de 2010. O ombudsman tem mandato de um ano, renovável por mais dois. Não pode ser demitido durante o exercício da função e tem estabilidade por seis meses após deixá-la. Suas atribuições são criticar o jornal sob a perspectiva dos leitores, recebendo e verificando suas reclamações, e comentar, aos domingos, o noticiário dos meios de comunicação.
Cartas: al. Barão de Limeira 425, 8º andar, São Paulo, SP CEP 01202-900, a/c Suzana Singer/ombudsman, ou pelo fax (011) 3224-3895.
Endereço eletrônico: ombudsman@uol.com.br.
Contatos telefônicos: ligue 0800 0159000; se deixar recado na secretária eletrônica, informe telefone de contato no horário de atendimento, entre 14h e 18h, de segunda a sexta-feira.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.