São Paulo, domingo, 03 de maio de 2009 |
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ATÉ VER SE A FICHA CAI Recebi 77 mensagens de 55 leitores sobre a reportagem em que a Folha reconhece erros por publicar suposta ficha de Dilma Rousseff do tempo da ditadura. Nenhum se satisfez com as explicações. Nem eu. Fiz perguntas à Redação para tentar esclarecer o caso. As respostas não o elucidam. A reportagem original saiu na primeira página; a correção também deveria ter saído na capa do jornal. O "Manual" prevê que o jornal identifique a fonte que lhe passe informação errada, o que não se fez neste caso. Alertado por leitor no dia da reportagem original de que ficha fraudulenta circulava na internet, o ombudsman pediu para a Redação apurar e ficou sem resposta até o dia 21. Na sexta, a Redação me disse que nenhum jornalista envolvido na produção e edição da reportagem original sabia da ficha falsa na internet, o que revela incrível desinformação de jornalistas especializados. O pior é a Redação dizer que encerrou a apuração desse episódio seriíssimo e não acha necessário rever procedimentos de checagem de informações. No caso Memogate, que citei domingo passado, a rede de TV CBS constituiu comissão independente para apurar o que houve. Seu relatório foi divulgado publicamente e dele resultaram ampla revisão de procedimentos internos da Redação, a demissão de uma produtora e um pedido de desculpas da emissora à audiência. Sugiro à Folha fazer algo similar. Texto Anterior: Onde a Folha foi bem... Índice Carlos Eduardo Lins da Silva é o ombudsman da Folha desde 22 de abril de 2008. O ombudsman tem mandato de um ano, renovável por mais dois. Não pode ser demitido durante o exercício da função e tem estabilidade por seis meses após deixá-la. Suas atribuições são criticar o jornal sob a perspectiva dos leitores, recebendo e verificando suas reclamações, e comentar, aos domingos, o noticiário dos meios de comunicação.
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