São Paulo, domingo, 10 de junho de 2007 |
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Fotos parecem editorial
A decisão do governo da Venezuela de não renovar a concessão da emissora RCTV é anti-democrática e agride o interesse público de assegurar a manifestação de pensamentos políticos diversos, inclusive no jornalismo eletrônico. A RCTV teve uma postura golpista e, portanto, avessa ao Estado de Direito na tentativa fracassada de depor o presidente constitucional Hugo Chávez em 2002. A primeira impressão não é contraditória com a segunda. Sem pluralismo na informação, não há democracia. A RCTV não constitui modelo de jornalismo independente, mas partidário. O que Chávez quer, porém, não é TV autônoma, mas vassalagem. Melhor um canal de oposição raivosa que um de porta-vozes que não fiscalizam o poder. A Folha tem posição editorial contrária a Chávez. É legítimo formular opinião. Mas o jornal não deveria permitir que ela contaminasse o noticiário. Foi o que pareceu ocorrer no fim de semana passado. No sábado, a primeira página exibiu fotografia de três comportadas funcionárias da RCTV. No domingo, mostrou duas chavistas, indo e vindo, com biquínis sumários. Soou como editorial oposicionista. A Folha escapou até agora do clima de campanha contra Chávez. Erra quando não cita os motivos alegados pelo governo contra a RCTV, mas mantém o pluralismo. Será uma pena se transformar o espaço noticioso em opinativo. Texto Anterior: O "off" em xeque Próximo Texto: Falta bastidor sobre Serra Índice Mário Magalhães é o ombudsman da Folha desde 5 de abril de 2007. O ombudsman tem mandato de um ano, renovável por mais dois. Não pode ser demitido durante o exercício da função e tem estabilidade por seis meses após deixá-la. Suas atribuições são criticar o jornal sob a perspectiva dos leitores, recebendo e verificando suas reclamações, e comentar, aos domingos, o noticiário dos meios de comunicação.
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