São Paulo, domingo, 16 de dezembro de 2007 |
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Guernica e sensibilidade
A Folha publicou a foto acima na primeira página da quarta-feira. Folheei o jornal para conhecer aquela gente que corria das bombas da polícia e nada encontrei. Nem seus nomes, muito menos suas histórias. Eram moradores da favela Real Parque, em São Paulo, erguida em terreno de empresa ligada ao Estado. A PM cumpriu a reintegração de posse com violência, os manifestantes interditaram vias, e houve congestionamento recorde no ano. Na quinta, busquei notícias da mulher que fugia descalça sobre pedras, com a guriazinha no colo e um homem ao lado. Evocavam desventurados da Guernica de Picasso. Não saiu linha sobre o destino deles, nada sobre o assunto. Assinalei na crítica diária do ombudsman: "Perder a sensibilidade é uma das maiores desgraças que podem abater jornalismo e jornalistas". Texto Anterior: As virtudes do prefeito Próximo Texto: "NYT" constata antes regresso de brasileiros Índice Mário Magalhães é o ombudsman da Folha desde 5 de abril de 2007. O ombudsman tem mandato de um ano, renovável por mais dois. Não pode ser demitido durante o exercício da função e tem estabilidade por seis meses após deixá-la. Suas atribuições são criticar o jornal sob a perspectiva dos leitores, recebendo e verificando suas reclamações, e comentar, aos domingos, o noticiário dos meios de comunicação.
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