São Paulo, domingo, 17 de fevereiro de 2002

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Esquizofrenia

Na sexta-feira 8/2, a Folha publicou trecho de relatório do FMI que, entre outros aspectos, atribuía a uma suposta política do Banco Central o estouro da meta da inflação de 2001.
O ministro Pedro Malan contestou a tradução do relatório feita pelo jornal e disse que o Fundo, na verdade, responsabilizava fatores externos ao governo.
No sábado, a Folha noticiou a contestação, revelou que a tradução fora aprovada previamente pelo FMI e que este, ao saber da queixa de Malan na sexta, se desdisse admitindo que o texto original era confuso e dando como correta, afinal, a interpretação do ministro -ou seja, deixou a Folha com a broxa na mão.
Até aí, tudo bem: uma novela complicada e chata, mas tratada com transparência pelo jornal.
O que não deu para entender foi o "Erramos" publicado no mesmo sábado dizendo que o jornal errara, sim, na tradução (veja ao lado).
Segundo a direção de Redação, esse "Erramos" saiu por falha. Não devia ser publicado. O jornal optara apenas por relatar os fatos do imbróglio na reportagem, expondo inclusive a ambiguidade do texto em inglês, mal redigido.
Estrago consumado, preferiu-se não fazer nada, já que, na visão da Redação, o "Erramos", em termos literais, visto isoladamente, não estava errado.
Haja confusão.



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