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A BUSCA DE FONTES
Paula Cesarino Costa é a diretora da Sucursal da Folha no Rio.
Ombudsman - Os repórteres da Folha correram risco nesta cobertura?
Paula Cesarino Costa - Sempre
existe algum risco. Tanto pode
haver um tiroteio como os traficantes podem atirar do alto.
Mas os repórteres sempre levam
coletes à prova de bala e são
orientados a evitar riscos. Os repórteres relatam que há um clima de hostilidade e desconfiança em relação a jornalistas por
parte de moradores e policiais, o
que dificulta muito a obtenção
de informações fora dos canais
oficiais (polícia e associação de
moradores). Os jornalistas, em
geral, têm andado em grupos e
fazem comboios para subir a estrada da Gávea. Isso dificulta a
obtenção de informações exclusivas e uniformiza as coberturas. Às vezes a informação vem
da fontemais óbvia, como quando o comandante do 23ª Batalhão, Jorge Braga, admitiu que o
tráfico continuava a existir na
Rocinha, embora de forma menos ostensiva.
Ombudsman - O que a Folha tem
feito para obter informações mais
confiáveis entre os moradores?
Cesarino - Essa dificuldade em
obter informações vem muito
da desconfiança dos moradores,
que ou acham que o jornalista
vai passar as informações para a
polícia ou teme que o traficante
não goste que ele fale com a imprensa. Em momentos como
oatual, a maioria não quer falar.
Um dos caminhos para tentar
conseguir informações mais
confiáveis é procurar integrantes das várias ONGs que atuam
nas favelas. Religiosos também
são boas fontes. Geralmente
têm uma certa independência e
o tráfico não costuma incomodá-los. Hoje é muito difícil falar
com os traficantes, diferentemente de anos atrás. Desde a
morte de Tim Lopes eles evitam
falar com os jornalistas, porque
os consideram informantes.
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Marcelo Beraba é o ombudsman da Folha desde 5 de abril de 2004. O ombudsman tem mandato de um ano, renovável por mais dois. Não pode ser demitido durante o exercício da função e tem estabilidade por seis meses após deixá-la. Suas atribuições são criticar o jornal sob a perspectiva dos leitores, recebendo e verificando suas reclamações, e comentar, aos domingos, o noticiário dos meios de comunicação.
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