São Paulo, domingo, 19 de abril de 2009

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Como chegam, Tailândia e Grécia vão

Na segunda e na terça, a primeira página deste jornal estampou fotos de distúrbios na Tailândia. Nas páginas de Mundo, naqueles dias, a situação política desse reino da Ásia recebeu grande destaque.
Para o leitor da Folha, foi uma surpresa: ele não havia sido alertado por ela de que algo grave se desenrolava ali.
No domingo, 12, uma nota curta o informara que a reunião de cúpula da Asean, marcada para Bancoc, capital do país, havia sido cancelada por causa da tensão local. Três dias antes, outra nota dissera que 100 mil pessoas haviam pedido a renúncia do premiê.
A pior coisa para o leitor em situações como esta, a meu ver, é ser engolfado por notícias de uma nação distante, sem grande relevância geopolítica, cultural ou econômica para o Brasil, sem que lhe seja explicado o porquê e, de repente, tudo acabar.
Foi exatamente o que aconteceu. Na quarta, a Tailândia voltou à condição de notinha. Depois, desapareceu destas páginas. Exatamente como ocorrera com a Grécia, em dezembro passado: durante cinco dias esteve na capa e em alto de páginas, sem mais nem menos, e depois sumiu no limbo onde estivera antes, também sem mais nem menos.
Se o jornal não mostra ao leitor as razões por que uma crise externa é importante para ele, é melhor relegá-la mesmo às notas, sem criar expectativas ou perguntas que ficam sem respostas.


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