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A legião dos sem-revista
Além do empenho comercial, seria recomendável determinação editorial para ampliar a circulação, mesmo com custo maior
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O ATOR Tião D'Ávilla
volta e meia quer "saber o que acontece nos
teatros de Sampa". Morador
do Rio e leitor da Folha, não
consegue. Quando visita a
mãe em Rio Claro (SP) compra o jornal e, de novo, nada
encontra.
O Guia da Folha, bem-sucedido roteiro que circula às
sextas-feiras com a programação de cultura e lazer da cidade de São Paulo, não chega ao
país inteiro. Nem mesmo a
boa parte do interior do Estado, onde não falta quem queira planejar o fim de semana na
capital.
A Revista da Folha, aos domingos, alcança menos regiões: ao contrário do Guia,
não é entregue no litoral norte
e sul. As revistas Moda, Lugar, + Dinheiro e Morar são
distribuídas no Distrito Federal e no Rio de Janeiro, locais
que não recebem o Guia e a
Revista.
Os leitores do Rio, por sua
vez, não são avisados na Primeira Página sobre as quatro
revistas que, juntas, somam 13
edições por ano. O motivo é
que a edição Nacional se destina também a praças que não
verão os encartes.
Lêem as seis revistas os leitores da capital, da Grande
São Paulo, incluindo o ABCD,
e de alguns municípios adjacentes. Essa área corresponde
a cerca de 50% da circulação
da Folha. Parcela dos leitores
restantes tem acesso só a algumas revistas ou, um contingente numeroso (quase todos
os Estados e o interior paulista), a nenhuma.
Há dois tipos de leitores: os
que usufruem do conjunto da
produção da Folha e os que
perdem os suplementos que
concentram jornalismo de
serviço e tratam de comportamento. Há um paliativo na
edição Nacional (a destinada
aos leitores distantes da capital), com um extrato de reportagem da Revista, mas os problemas são constantes.
A leitora Maria Celina Canto Álvares Corrêa chamou a
atenção para o domingo passado. A Primeira Página remetia à reportagem em que
chefs "apresentam receitas
que aprenderam" com as
mães. Dentro, em Cotidiano,
não havia receitas. Elas só saíram na Revista.
No domingo 18 de março, a
capa convocava para quatro
dicas de "primeiros passos para mudar de vida". O leitor de
fora da capital e da Grande
São Paulo achou duas. A chamada correspondia ao conteúdo integral da reportagem da
Revista da Folha, da qual Cotidiano publicou só a metade.
Indaguei e recebi resposta
via Secretaria de Redação: "A
definição da circulação das revistas segue padrão que permita viabilidade financeira
aos produtos sem custo extra
para o leitor das bancas e os assinantes. Quanto ao Guia, o
produto apresenta serviço para os habitantes da capital, onde circula".
A Folha precisa de fato considerar a viabilidade financeira das revistas. No entanto,
além do empenho comercial,
seria recomendável determinação editorial para ampliar a
circulação, mesmo pagando o
preço do custo maior. Não é
bom que o jornal prive de algumas publicações metade
dos seus leitores.
Todas as revistas estão à
disposição na Folha Online
(www.folha.com.br) para
assinantes da Folha e do UOL.
Algumas têm conteúdo livre
(sem restrição).
Mas a Folha é um jornal
impresso, e impressas suas revistas merecem chegar a mais
leitores.
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Mário Magalhães é o ombudsman da Folha desde 5 de abril de 2007. O ombudsman tem mandato de um ano, renovável por mais dois. Não pode ser demitido durante o exercício da função e tem estabilidade por seis meses após deixá-la. Suas atribuições são criticar o jornal sob a perspectiva dos leitores, recebendo e verificando suas reclamações, e comentar, aos domingos, o noticiário dos meios de comunicação.
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