São Paulo, domingo, 20 de maio de 2007

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A legião dos sem-revista


Além do empenho comercial, seria recomendável determinação editorial para ampliar a circulação, mesmo com custo maior

O ATOR Tião D'Ávilla volta e meia quer "saber o que acontece nos teatros de Sampa". Morador do Rio e leitor da Folha, não consegue. Quando visita a mãe em Rio Claro (SP) compra o jornal e, de novo, nada encontra.
O Guia da Folha, bem-sucedido roteiro que circula às sextas-feiras com a programação de cultura e lazer da cidade de São Paulo, não chega ao país inteiro. Nem mesmo a boa parte do interior do Estado, onde não falta quem queira planejar o fim de semana na capital.
A Revista da Folha, aos domingos, alcança menos regiões: ao contrário do Guia, não é entregue no litoral norte e sul. As revistas Moda, Lugar, + Dinheiro e Morar são distribuídas no Distrito Federal e no Rio de Janeiro, locais que não recebem o Guia e a Revista.
Os leitores do Rio, por sua vez, não são avisados na Primeira Página sobre as quatro revistas que, juntas, somam 13 edições por ano. O motivo é que a edição Nacional se destina também a praças que não verão os encartes.
Lêem as seis revistas os leitores da capital, da Grande São Paulo, incluindo o ABCD, e de alguns municípios adjacentes. Essa área corresponde a cerca de 50% da circulação da Folha. Parcela dos leitores restantes tem acesso só a algumas revistas ou, um contingente numeroso (quase todos os Estados e o interior paulista), a nenhuma.
Há dois tipos de leitores: os que usufruem do conjunto da produção da Folha e os que perdem os suplementos que concentram jornalismo de serviço e tratam de comportamento. Há um paliativo na edição Nacional (a destinada aos leitores distantes da capital), com um extrato de reportagem da Revista, mas os problemas são constantes.
A leitora Maria Celina Canto Álvares Corrêa chamou a atenção para o domingo passado. A Primeira Página remetia à reportagem em que chefs "apresentam receitas que aprenderam" com as mães. Dentro, em Cotidiano, não havia receitas. Elas só saíram na Revista.
No domingo 18 de março, a capa convocava para quatro dicas de "primeiros passos para mudar de vida". O leitor de fora da capital e da Grande São Paulo achou duas. A chamada correspondia ao conteúdo integral da reportagem da Revista da Folha, da qual Cotidiano publicou só a metade.
Indaguei e recebi resposta via Secretaria de Redação: "A definição da circulação das revistas segue padrão que permita viabilidade financeira aos produtos sem custo extra para o leitor das bancas e os assinantes. Quanto ao Guia, o produto apresenta serviço para os habitantes da capital, onde circula".
A Folha precisa de fato considerar a viabilidade financeira das revistas. No entanto, além do empenho comercial, seria recomendável determinação editorial para ampliar a circulação, mesmo pagando o preço do custo maior. Não é bom que o jornal prive de algumas publicações metade dos seus leitores.
Todas as revistas estão à disposição na Folha Online (www.folha.com.br) para assinantes da Folha e do UOL. Algumas têm conteúdo livre (sem restrição).
Mas a Folha é um jornal impresso, e impressas suas revistas merecem chegar a mais leitores.


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Mário Magalhães é o ombudsman da Folha desde 5 de abril de 2007. O ombudsman tem mandato de um ano, renovável por mais dois. Não pode ser demitido durante o exercício da função e tem estabilidade por seis meses após deixá-la. Suas atribuições são criticar o jornal sob a perspectiva dos leitores, recebendo e verificando suas reclamações, e comentar, aos domingos, o noticiário dos meios de comunicação.
Cartas: al. Barão de Limeira 425, 8º andar, São Paulo, SP CEP 01202-900, a/c Mário Magalhães/ombudsman, ou pelo fax (011) 3224-3895.
Endereço eletrônico: ombudsman@uol.com.br.
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