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Santa Catarina
não é nem Rio nem Tailândia
O leitor Marlon Salomon irritou-se, justificadamente, com
esta coluna, que errou no domingo passado, quando a legenda da foto disse que Joinville fica no vale do Itajaí.
A falha o levou a refletir sobre como jornalistas, em geral,
em vez de se aprofundar num
problema singular, preferem
sacar fórmulas genéricas prontas, "que valeriam tanto para
SC quanto para RJ ou para um
desastre na Tailândia!".
Para mostrar que está certo,
listou alguns aspectos específicos da questão das enchentes
em Santa Catarina, que não foram abordados pela Folha,
mas ainda podem e devem ser.
Ele argumenta: "quem tem o
mínimo de informação sabe
que as inundações dos anos 80
produziram um saber sobre as
enchentes e áreas de risco que
se transformou em um dispositivo da Defesa Civil. Há uma
geografia do risco. Pesquisadores alemães vêm ao Brasil estudar esta questão".
Salomon lembra que "os militares construíram uma barragem gigantesca no Alto Vale
[do Itajaí] para conter as chuvas, uma verdadeira teratologia
arquitetônica, obra que desestruturou as comunidades indígenas da região" e "nos anos 90
houve quem quisesse recuperar essas fantasias a serem financiadas pelos japoneses".
A partir daí, "surgiu um projeto sistêmico para todo o vale,
o microbacias, que basicamente é um projeto de recuperação
da mata atrelado a estratégias
econômicas, sociais etc. A universidade de Tuebingen veio
com uma grande equipe estudar este assunto".
Pergunta o leitor: "Quem esteve no Instituto de Pesquisas
Ambientais da Furb que reúne
toda a inteligência sobre o assunto? Os jornalistas criticam
que a universidade está isolada,
centrada em seu mundo. Não
se poderia dizer o mesmo do
jornalismo neste episódio?". A
resposta cabe à Folha.
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