São Paulo, domingo, 21 de dezembro de 2008

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Santa Catarina não é nem Rio nem Tailândia

O leitor Marlon Salomon irritou-se, justificadamente, com esta coluna, que errou no domingo passado, quando a legenda da foto disse que Joinville fica no vale do Itajaí.
A falha o levou a refletir sobre como jornalistas, em geral, em vez de se aprofundar num problema singular, preferem sacar fórmulas genéricas prontas, "que valeriam tanto para SC quanto para RJ ou para um desastre na Tailândia!".
Para mostrar que está certo, listou alguns aspectos específicos da questão das enchentes em Santa Catarina, que não foram abordados pela Folha, mas ainda podem e devem ser.
Ele argumenta: "quem tem o mínimo de informação sabe que as inundações dos anos 80 produziram um saber sobre as enchentes e áreas de risco que se transformou em um dispositivo da Defesa Civil. Há uma geografia do risco. Pesquisadores alemães vêm ao Brasil estudar esta questão".
Salomon lembra que "os militares construíram uma barragem gigantesca no Alto Vale [do Itajaí] para conter as chuvas, uma verdadeira teratologia arquitetônica, obra que desestruturou as comunidades indígenas da região" e "nos anos 90 houve quem quisesse recuperar essas fantasias a serem financiadas pelos japoneses".
A partir daí, "surgiu um projeto sistêmico para todo o vale, o microbacias, que basicamente é um projeto de recuperação da mata atrelado a estratégias econômicas, sociais etc. A universidade de Tuebingen veio com uma grande equipe estudar este assunto".
Pergunta o leitor: "Quem esteve no Instituto de Pesquisas Ambientais da Furb que reúne toda a inteligência sobre o assunto? Os jornalistas criticam que a universidade está isolada, centrada em seu mundo. Não se poderia dizer o mesmo do jornalismo neste episódio?". A resposta cabe à Folha.


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