São Paulo, domingo, 22 de fevereiro de 2004

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Transparência

A Folha deu um passo histórico ao publicar, domingo, reportagem de duas páginas, baseada em investigação jornalística, sobre a situação da dívida, de R$ 10 bilhões, das principais empresas de comunicação do país.
O fato rompe com uma tradição nefasta que apontei aqui, na coluna de 2/11/03: diferentemente do que faz com outros setores, a imprensa, quando ela é o assunto, fica na superficialidade, no genérico ou na omissão total.
A importante ruptura, porém, não encerra o assunto, ao contrário: deve ser um ponto de partida para um tratamento jornalístico permanente, transparente e aprofundado, sobre a situação da mídia, inclusive quanto a outros aspectos não abordados com ênfase na reportagem, como, por exemplo, o preocupante declínio da circulação dos principais jornais do país, que continuou, gravemente, no ano passado.
Essa última tendência, complexa, não se reflete de modo automático na saúde financeira das empresas jornalísticas. Mas lança dúvidas sobre como deve se dar, hoje, a presença da mídia impressa num mercado de informação cada vez mais amplo.
A cobertura sobre as negociações em curso com o BNDES em torno de um pacote de socorro à mídia será um teste para a continuidade ou não da transparência exposta pela Folha.
A porta foi aberta. Trata-se, agora, de não deixar que ela se feche novamente.


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