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São Paulo, domingo, 26 de outubro de 2003

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Greve "furada"

Recebi na terça-feira a seguinte mensagem eletrônica de uma leitora de São Paulo:
"No domingo, li na Folha que a CPTM faria uma greve a partir da 0h de segunda-feira. Avisei, então, a minha mãe e a minha irmã, que são usuárias de trem, e elas foram trabalhar na segunda-feira de metrô."
"Moramos perto da estação de trem José Bonifácio e, para ir até o metrô Itaquera, elas tiveram que pegar uma lotação. No metrô mesmo, elas notaram que o trem estava operando normalmente."
"Gostaria de saber qual o motivo de a Folha ter publicado tal notícia sem ter checado antes se estava correta."
A queixa se refere a uma notícia, publicada na página A17 do último domingo (19), segundo a qual funcionários da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos tinham aprovado em assembléia, na sexta-feira anterior, entrar em greve a partir da segunda-feira (20).
A explicação enviada pela editoria de Cotidiano, em resumo, é a seguinte:
1) a nota foi feita a partir de registro da Folha Online (o site do jornal), colocado no ar desde a noite da sexta-feira (17);
2) a informação não pôde ser checada porque ninguém do sindicato dos ferroviários foi localizado na manhã do sábado;
3) a responsável pela redação da nota, na Folha, confundiu datas: para ela, a segunda-feira 27, a que se referia corretamente o texto original da Folha Online, era a passada (que, na realidade, foi dia 20);
4) a falha passou despercebida por quem define a "pauta" e por outras áreas da editoria porque todos tinham na cabeça que a notícia divulgada na internet se referia a um assunto que só viria a ocorrer dias mais tarde, dentro de uma semana;
5) entre o dia 17 e a sexta 24, a paralisação foi suspensa e as negociações prosseguiam.
O jornal não comete esse tipo de erro com muita frequência na cobertura de greves. Além disso, as explicações acima, embora não anulem o transtorno provocado, têm um caráter pedagógico e, ao menos, respondem à dúvida da leitora.
Mas nem uma coisa nem a outra justificam o erro cometido ou a ausência de qualquer material sobre o caso das negociações na CPTM nas edições seguintes.
Muito menos o atraso de uma semana na publicação de um "erramos" -afinal, tão simples- como o publicado, finalmente, hoje, na página A3.


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