São Paulo, domingo, 29 de março de 2009

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Sobre a Portuguesa no futebol e sobre os olhos azuis na crise

Diz o jargão manjado que "futebol é uma caixinha de surpresas". Não neste jornal, ultimamente. Estabeleceu-se como cláusula pétrea que só se vai cobrir direito os times das quatro maiores torcidas de São Paulo: Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos.
Pouco importa que eles não sejam necessariamente os quatro primeiros colocados no campeonato estadual.
A Portuguesa disputa palmo a palmo com o Santos a quarta vaga nas semifinais. E quase nada é publicado sobre ela, mesmo depois de jogos importantes, como o de domingo, em que aconteceu lance inusitado.
E se a Portuguesa chegar à final? A Redação vai continuar respondendo a seus leitores que não tem estrutura nem espaço para acompanhá-la?

 


A Folha adora debochar das mancadas verbais do presidente Lula. Quase sempre de maneira preconceituosa, elitista, exagerada, inócua e equivocada porque um presidente deve ser julgado pela sua administração, não pelo seu português ou seus conhecimentos gerais.
Na sexta, deu destaque a um desses deslizes: a acusação de que a crise econômica é culpa de "gente branca com olhos azuis". A frase tem conotação racista e ideológica, foi proferida diante de um chefe de governo de nação majoritariamente branca e merecia repercussão.
Mas ao armar uma pegadinha para Lula e mostrar que há envolvidos na crise negros, asiáticos e de olhos castanhos, o jornal aceita a premissa do argumento e se nivela com ele.


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