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Ruy Castro

Quites com 'Cantando na Chuva'

RIO DE JANEIRO - Aos 60 anos, "Cantando na Chuva" (1952), de Gene Kelly e Stanley Donen, é o musical mais querido e admirado do cinema, certo? Mas nem sempre foi assim. Em 1972, Kelly queixou-se de que o filme estava esquecido e que, desde a estreia, nunca mais pudera assisti-lo. Era normal. "Cantando na Chuva" cumprira seu ciclo de exibição depois do lançamento e, como não fora o sucesso esperado, saíra de circulação. A partir dali, sua única sobrevida era pela TV, retalhado pelos comerciais e, fora dos EUA, em PB e dublado.

Até que, em 1974, o documentário "Isto é Hollywood" ressuscitou-o espetacularmente. Na mesma época, foi inventado o VHS, e isso mudou tudo -de repente, podíamos alugar ou comprar, para ver ou rever em casa nossos filmes favoritos. E, desde então, a tecnologia não nos poupou de diferentes formatos para assisti-los.

Uma nova edição de "Cantando na Chuva", agora em Blu-ray, acaba de sair. Dizem que é a mais perfeita quanto à recuperação de suas ricas cores originais. Talvez seja. Mas não vou comprar.

Meu primeiro registro do filme foi o 78 rpm da MGM, selo amarelo, com Gene cantando "Singin' in the Rain". Achei-o em criança e tenho-o até hoje. Depois comprei o LP da trilha sonora, com 12 faixas. Valeu-me por décadas, mas, nos anos 90, saiu a versão em CD, muito melhor, contendo o som dos sapateados. A qual foi superada pelo definitivo CD duplo com toda a música gravada para o filme, inclusive os "morceaux" de 10 ou 15 segundos. Enquanto isso, sucessivamente, o filme foi saindo em VHS, laser disc e DVD, até surgir a esmagadora edição em DVD duplo, de 2002, com dezenas de extras.

O capitalismo me vendeu todos esses formatos, versões e edições. Não me arrependo de nada, mas estou quite com "Cantando na Chuva". A versão em Blu-ray vai ter de esperar -por enquanto.


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