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O declínio da Aids

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A boa notícia é que tanto as mortes por Aids como as novas infecções pelo vírus HIV estão caindo em todo o mundo. Em relação ao pico dos óbitos, registrado em 2005, o total de fatalidades verificadas em 2010 diminuiu 18%.

Já a transmissão de novos casos no ano passado recuou 21% em comparação com o auge da epidemia, em 1997.

Apesar dos avanços, um exército de 1,8 milhão de pessoas morreu no ano passado por causa da Aids. Esses números foram apurados pela Unaids, a agência das Nações Unidas encarregada de combater a moléstia.

O foco da epidemia continua sendo a África, que reúne 23 milhões dos 34 milhões de pessoas vivendo com o vírus. Foi também neste continente que a doença provocou mais estragos, reduzindo drasticamente a expectativa de vida em alguns países e contribuindo para agravar a miséria local.

A principal razão para a redução dos óbitos é o maior acesso da população aos medicamentos antirretrovirais. É possível, contudo, avançar nessa frente. Nos

países de renda média e baixa, pouco menos da metade dos doentes recebe as drogas.

Infelizmente, a crise financeira no mundo desenvolvido poderá complicar a continuidade desses programas. No ano passado já se constatou uma ligeira queda nas doações.

Outro aspecto importante é ampliar os testes que revelam a presença do vírus. Estima-se que, no Brasil, entre 250 mil e 300 mil pessoas sejam soropositivas sem sabê-lo. Isso significa que podem estar inadvertidamente contaminando seus parceiros sexuais. Descobri-los e tratá-los cumpre o duplo objetivo de preservar vidas e conter a disseminação da Aids.

Um ponto omitido pelo relatório da Unaids, mas que merece atenção, é o da história natural da doença. Uma previsão da biologia para todas as moléstias de origem viral é que, com o tempo, as cepas em circulação se tornem menos agressivas.

Um vírus que mate todos os seus hospedeiros reduz suas chances de sobrevivência. Assim, além dos méritos da Unaids e de todos os que estão na linha de frente do combate à epidemia, é preciso considerar que, felizmente, a tendência é o HIV tornar-se menos virulento.

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