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Sobrevida de Assad

Com uma carta endereçada a senadores americanos, o general Martin Dempsey, chefe militar dos EUA, deixou evidente que deve ser descartada, ao menos por ora, uma intervenção militar na Síria.

Não chega a representar uma mudança de política para o país árabe, mas o documento assinado pelo chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas reforça os sinais de que os EUA já consideram a permanência prolongada do ditador Bashar al-Assad no poder.

O relatório do Pentágono é explícito ao afirmar que um ataque à Síria, além de caro, seria perigoso. Entre os riscos listados estão a dificuldade de evitar "um envolvimento mais profundo" e a possibilidade de "inadvertidamente auxiliar extremistas ou provocar o emprego de armas químicas".

Quanto aos custos, o general Dempsey é inequívoco. Opção menos arriscada, armar e treinar forças rebeldes na Síria, por exemplo, demandaria milhares de soldados americanos e consumiria, inicialmente, US$ 500 milhões anuais.

Ataques aéreos exigiriam centenas de aeronaves, navios e submarinos, com gastos bilionários e resultados questionáveis --segundo o general, Assad poderia resistir a essa investida.

Mesmo uma zona de exclusão aérea, alternativa menos agressiva, imporia aos Estados Unidos gastos mínimos de US$ 1 bilhão por mês --aplicados em aviões, equipamentos eletrônicos, inteligência-- e poderia ter efeito reduzido, uma vez que as forças do ditador atacam sobretudo por terra.

Confrontada com essas razões pragmáticas, às quais se somam o risco de baixas, a Casa Branca opta, compreensivelmente, por limitar sua atuação ao fornecimento de armas leves aos insurgentes sírios.

O impasse, no entanto, continua. Desde o início do conflito, em março de 2011, estima-se em 100 mil o número de mortos e em 1,4 milhão o total de refugiados.

Os EUA, que reconhecem as dificuldades de uma ação militar, deveriam centrar esforços na diplomacia a fim de convencer a Rússia --principal aliada da Síria-- a aumentar a pressão sobre Assad.


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