Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Opinião

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Renato Andrade

Inconveniência

BRASÍLIA - Para um governo que luta para reconquistar a confiança do empresariado e convencer o setor privado a acelerar os investimentos, a decisão da presidente Dilma Rousseff de vetar o fim da multa extra do FGTS é uma inconveniência.

Para cobrir uma perda de R$ 40 bilhões no Fundo de Garantia, gerada pelos planos Verão e Collor 1, o governo determinou, em 2001, que as empresas que demitissem funcionários sem justa causa deveriam recolher 10% a mais do valor a ser pago para os demitidos e mandar o dinheiro para o cofre do FGTS.

Pelas contas das entidades privadas, o rombo foi coberto em junho do ano passado. Mas o governo achou por bem manter a cobrança, o que garantiu uma receita extra de quase R$ 3 bilhões de lá para cá.

As empresas se articularam e conseguiram passar no Congresso a proposta que determinava o fim da cobrança. A presidente Dilma, entretanto, resolveu ir contra a maioria.

Não é difícil imaginar como essa medida azeda ainda mais a relação entre Planalto e empresários --que já prometeram nova operação no Congresso para derrubar o veto.

Visto como intervencionista e avesso ao setor privado, o governo Dilma conseguiu a proeza de agregar à lista de elogios a pecha de espetar nas empresas uma conta indevida.

O Brasil só voltará a crescer em ritmo razoável se os investimentos forem desengavetados. Com inflação alta e forte endividamento das famílias, a economia não vai avançar ancorada apenas no consumo pessoal.

O Planalto parece acreditar que a manutenção da multa extra por mais um tempo não será empecilho para os empresários abrirem os cofres. Pela reação vista até agora, a previsão está equivocada.

O Congresso terá até o fim de agosto para avaliar a decisão tomada por Dilma. Outros vetos também estão na lista. O mês do cachorro louco, conforme o dito popular, promete ser animado no Planalto Central.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página