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Opinião

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Exceções andinas

A perda de prestígio do Brasil entre investidores internacionais vem sendo contrastada com países sul-americanos mais pujantes, como Peru e Chile. O PIB do primeiro deve crescer 5,9% neste ano, e o do segundo, 4,6% --um Olimpo diante dos 2%, se tanto, que se imagina para o caso brasileiro.

Seria de esperar, tendo em vista os dados animadores dos vizinhos, que a popularidade de seus governos estivesse de vento em popa. Paradoxalmente, nenhum dos dois países confirma essa associação frequente entre bem-estar econômico e apoio político.

No Chile, o presidente conservador Sebastián Piñera tem meros 33% de aprovação e deve colher a derrota de sua Aliança no pleito de novembro. Dá-se como provável a eleição da ex-presidente socialista Michelle Bachelet (2006-2010), da Concertação, preferida por 45%.

Descasamento similar entre economia e política se observa também no Peru. A popularidade do nacionalista Ollanta Humala, eleito em 2011, tem despencado nas últimas semanas, como noticiou o jornal "Valor Econômico".

Em janeiro passado, 55% dos peruanos ainda aprovavam o governo de Humala, segundo o instituto GfK. Agora, esse contingente encolheu para 32%. Nada menos que 61% o desaprovam.

Se a persistência da inflação e as limitações que impõe ao consumo ajudam a explicar, no Brasil, a vertiginosa queda de popularidade da presidente Dilma Rousseff, no Peru esse fator está ausente. A alta dos preços ao consumidor ficou em 2,65% em 2012 (contra os renitentes 5,84% do Brasil).

Como Piñera no Chile, a popularidade de Humala sofreu erosão considerável com os confrontos entre estudantes e a polícia. Seu governo enfrenta ainda protestos de médicos e centrais sindicais.

Aponta-se também a irritação pública com a criminalidade (54% dos peruanos entrevistados a identificam como principal problema da gestão Humala). Isso embora a taxa de homicídios por 100 mil habitantes possa ser considerada boa no contexto sul-americano --estima-se que seja um terço da registrada no Brasil, por exemplo.

Ollanta Humala tem uma grande vantagem sobre Sebastián Piñera, contudo: só precisa enfrentar eleições presidenciais em 2016. E, diferentemente de Dilma Rousseff, reagiu à crise política com a troca de três de seus 19 ministros.


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