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Opinião

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Antonio Delfim Netto

Espanto

O aumento do PIB de 1,5% no segundo trimestre sobre o primeiro trimestre de 2013 foi consideravelmente maior que o de seu homólogo em 2012 (0,1%). Resultado superior às previsões do mercado.

O espanto que produziu sugere uma dissonância entre o enorme pessimismo que o mercado tem manifestado e a realidade em que vivemos. Sem dúvida, houve uma deterioração da taxa anual de crescimento, quando medida no exercício que se encerra no primeiro semestre: 3,8% em 2011, 0,6% em 2012 e 2,6% em 2013.

É visível que a taxa de crescimento entre cada trimestre sobre seu homólogo do ano anterior vem se acelerando, como se vê na tabela abaixo:

Fato importante é que, analisando pela oferta o aumento da taxa entre o segundo trimestre de 2012 e o de 2013, a recuperação da indústria, de -2,4% para +2,8%, explica metade do diferencial. Olhando pelo lado da demanda, vemos acomodação do consumo (privado e público).

Fundamental foi o aumento de formação bruta de capital fixo, de -2,7% para +9%, e do comércio exterior: crescimento da componente exportação e diminuição da importação.

Tais fatores seguirão jogando um papel importante na continuidade da aceleração do crescimento, desde que: 1) prossiga o esforço para melhorar a relação de confiança entre os setores público e privado; 2) as políticas fiscal e monetária atendam aos objetivos anunciados; 3) a política cambial, combinada com tarifas efetivas mais ajustadas, estimule as exportações no médio prazo e reduza as importações no curto; 4) a economia mundial acelere o seu crescimento, estímulo coadjuvante para nossas exportações.

No curto prazo, a situação é complicada. Tendo crescido 2,6% no primeiro semestre de 2013 sobre o de 2012, as condições para um crescimento robusto no ano são duvidosas. O que pode mudar essa perspectiva é um enorme sucesso nos leilões de infraestrutura e energia e o comportamento amigável do governo, que coopte o "espírito animal" dos empresários com uma política pró-mercado, e não com subsídios.

Com um crescimento de 2% no segundo semestre, o que hoje parece difícil, o crescimento do PIB em 2013 será parecido com 3%.

contatodelfimnetto@terra.com.br


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