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Opinião

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Ruy Castro

Aventura brasileira

RIO DE JANEIRO - Na semana passada, meus amigos Bia e Sid tomaram um voo matinal no aeroporto de Heathrow, em Londres, rumo ao Rio. Doze horas depois, num lindo fim de tarde carioca, desceram no Galeão. Voos diurnos são cansativos --o organismo resiste a cochilar e, por mais que as companhias aéreas simulem noite na aeronave, dorme-se menos.

Bia e Sid têm grande humor, mas este sofreu o primeiro desgaste quando, ao tentar comprar um táxi especial, descobriram que nenhuma daquelas cabines tinha carro para oferecer. Acontece, às vezes, e ninguém sabe explicar --mas uma hora inteira sem táxis? Bem, sempre havia os amarelinhos à saída do aeroporto, e lá se foram eles, arrastando as malas. Outra surpresa: os amarelinhos também estavam em falta. Um ou outro, quando surgia, era logo engolido pelo primeiro na enorme fila.

Bia e Sid já deram a volta ao mundo, e não seria no Rio que ficariam micados. De mala e tudo, tomaram o ônibus que liga o Galeão ao pequeno aeroporto de Jacarepaguá --no qual chamariam por telefone um táxi especial e iriam para sua casa, na Barra. Mas toda aquela odisseia levara horas e já era noite quando chegaram ao aeroporto de Jacarepaguá --no qual, de repente, as luzes se apagaram. O aeroporto estava fechando, disse uma funcionária, e o táxi não poderia entrar para apanhá-los.

Bia não discutiu. Pegou o telefone e ligou para a polícia. Falou em cárcere privado. A mulher se assustou, deu a contraordem e deixou que chamassem o táxi. E só assim, depois dessa pequena aventura brasileira, chegaram em casa --torcendo para que os gringos mais idosos, que eles haviam deixado na fila do Galeão, não tivessem morrido de velhice.

O cronista se ausentará por algumas semanas. Se não voltar a este espaço no próximo dia 30, favor procurá-lo --e resgatá-lo-- no Galeão.


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