Painel do Leitor

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PIB
É corriqueiro atribuir ao resto do mundo a paralisação do PIB brasileiro no terceiro trimestre, mas ninguém mais se lembra de que o governo Lula e, agora, o governo de Dilma nada fizeram para tocar as reformas estruturais que dariam musculatura à economia do país. Vamos continuar assim, pulando em vez de voar.
Ademir Valezi (São Paulo, SP)

Homofobia
A senadora Marta Suplicy (PT-SP), ao fazer concessões aos segmentos religiosos para que seus líderes não respondam pelo crime de homofobia ("Cotidiano", ontem), deturpou o projeto e, infelizmente, cedeu para o conservadorismo e para a discriminação. Tal conduta reforça o preconceito velado que segmentos religiosos tradicionais, principalmente os pentecostais, praticam não só contra os gays, mas também contra os cultos que materializam os sincretismos religiosos e os símbolos africanos.
Em certas discussões, quando não se têm os dedos, torna-se discutível e, por muitas vezes, até irracional, ceder os anéis.
Pedro Valentim (Bauru, SP)

Irã
Parabéns à Folha pela iniciativa de abrir um posto de correspondente em Teerã, capital do Irã. Com isso, o jornal fornece novas perspectivas aos leitores, diversificando as fontes e rompendo o monopólio das agências de notícias internacionais, que, na maioria das vezes, trazem interpretações parciais e tendenciosas sobre a região.
Marcia Camargos (São Paulo, SP)

Belo Monte
Em relação à reportagem "Procurador orienta índios contra usina" ("Mercado", 3/12), a Folha questiona a atuação do Ministério Público Federal no esclarecimento a comunidades indígenas quanto aos impactos das obras em curso no rio Xingu. Parece claro que o repórter desconhece ser papel do Ministério Público Federal "defender judicialmente os direitos e os interesses das populações indígenas" (art. 129, Constituição).
Isso somente pode ser feito se forem ouvidas tais comunidades, o que inclui traduzir em linguagem simples a complexidade de um tema árido como é o da compensação ambiental em grandes empreendimentos. O que foi dito aos xikrin pela Procuradoria, na essência, é o que já consta de ação civil pública em curso na Justiça Federal, tendo como objeto os danos sofridos pelos grupos indígenas arara e juruna, moradores da Volta Grande do Xingu, no qual busca-se, caso seja construída Belo Monte, a fixação de uma forma concreta de indenização aos grupos atingidos.
Ubiratan Cazetta, procurador-chefe do Ministério Público Federal no Pará (Belém, PA)

Copa
Após a liberação de bebida alcoólica nos estádios durante a Copa, vale a pena indagar se haverá revogação da lei seca ou colocarão um batalhão de fiscais em volta dos estádios? Dá para defender a manutenção da lei seca?
Roldão Simas Filho (Brasília, DF)

ProUni
Em relação à reportagem "Universidade impõe restrições a alunos bolsistas do ProUni" ("Cotidiano", 6/12), informamos que o artigo 9º da Portaria Normativa nº 19 (2008) estabelece que o beneficiário poderá, observada a lei 9.394/96, transferir o usufruto da bolsa para curso afim, ainda que para habilitação, turno, campus ou instituição distinta desde que: 1º) A instituição e o curso de destino estejam credenciados ao ProUni; 2º) Exista vaga; 3º) Haja anuência da(s) instituição(ões) envolvida(s).
Por fim, o inciso 3º do artigo 9º permite a leitura no singular ou no plural [haja anuência da(s) instituição(ões) envolvida(s)]. Diante disso, a Unip reafirma sua posição de legalidade em relação ao ProUni.
Fábio Romeu de Carvalho, vice-reitor da Unip (São Paulo, SP)

Código Florestal
A aprovação do novo Código Florestal nesse governo corporativista não foi um avanço como deveria, mas pelo menos estamos começando a engatinhar num assunto no qual o Brasil precisa ser o número um.
Temos o privilégio de abrigar a maior floresta do mundo, com uma vida animal esplendorosa. Por isso, até podemos construir a usina de Belo Monte, mas com um controle total do que vai ocorrer depois.
Asdrubal Gobenati (Rio de Janeiro, RJ)

Dengue
É com tristeza que, ano após ano, lemos notícias como "48 cidades têm risco alto para a dengue" ("Cotidiano", 6/12). Minha tristeza decorre do fato de o país ignorar as tecnologias desenvolvidas por nossos cientistas e colocadas no mercado por nossos empreendedores, num momento em que a "palavra mágica" inovação vem ganhando destaque em nossos dicionários. Num momento em que inovar significa fazer tablets em território nacional, não vale a pena olharmos para nosso próprio quintal e valorizarmos as soluções desenvolvidas aqui mesmo com genuína inovação?
Thiago Roque (São Paulo, SP)

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