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Opinião

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Ucrânia em crise

Os recentes episódios de violência na Ucrânia, nos mais graves confrontos desde a independência, em 1991, deixaram o país à beira de uma guerra civil. Pelo menos 26 pessoas morreram anteontem, em Kiev.

Já são quatro meses de queda de braço entre o governo, apoiado pela Rússia, e seus adversários, respaldados pelo Ocidente. Antes restritos à capital, os embates se espalharam pelo país.

A oeste, importante bastião da oposição, manifestantes enfrentaram pouca resistência para invadir prédios públicos e desalojar aliados do poder central. Na cidade de Lviv, o governador foi forçado a assinar sua carta de renúncia.

O ponto de partida do conflito é a rejeição do presidente Viktor Yanukovich a assinar um acordo de livre-comércio com a União Europeia. Sob intensa pressão da Rússia, ele tem se aproximado de Vladimir Putin, que se comprometeu a liberar um pacote de US$ 15 bilhões, entre financiamentos e subsídios ao gás natural.

A divisão interna da Ucrânia não se resume à disputa econômica. Desde a independência, o país vive crescente tensão entre as parcelas da população mais próximas à Rússia e as favoráveis à Europa.

Pouco mais de duas décadas não foram capazes de sedimentar um Estado nacional, e a possibilidade de fragmentação territorial tem sido aventada por analistas.

Não faltam motivos, em particular pelos últimos dias, para que a comunidade internacional pressione Yanukovich, a fim de evitar um banho de sangue.

Imagens mostram os participantes dos protestos atirando pedras contra as forças de segurança, embora também existam manifestantes com armas de fogo. O governo, incapaz de controlar a situação apenas com a polícia, ameaça usar o Exército contra os que tem chamado de terroristas.

É imperioso, portanto, haver maior coordenação entre Estados Unidos e União Europeia, que, apesar de estarem do mesmo lado, vêm evidenciando divergências sobre como atuar na crise. Enquanto Washington defende a aplicação de sanções, europeus, ao menos até as mortes de anteontem, enfatizavam conversas diplomáticas.

Uma posição mais coesa entre esses dois polos de poder ajudará nas negociações com a Rússia, principal fonte de apoio econômico e político de um governo que vinha preferindo endurecer a repressão. A abertura de um canal de diálogo, anunciada ontem, é um primeiro passo positivo.


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