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Eliane Cantanhêde

Lula no palanque

BRASÍLIA - "Poderíamos estar melhor, e a Dilma vai ter que dizer como é que a gente vai melhorar."

Quem acaba de chegar de Marte adivinha de onde partiu essa bronca?

Do Fernando Henrique? Errou. Do Aécio? Errou. Do Eduardo Campos? Errou. Então, da Marina? Errou de novo. É do ex-presidente Lula, repreendendo a pupila em público, para blogueiros amigos ouvirem e a imprensa independente amplificar.

Se o próprio Lula diz que "poderíamos estar melhor", é porque estamos bem mal. E ele apontou a culpada -que tem de se explicar, ou a coisa vai ficar feia para o lado dela.

Enquanto Lula falava, anteontem, saía a notícia de que o FMI continua reduzindo a previsão de crescimento brasileiro neste ano, agora já em pobres 1,8%. E, enquanto as manchetes dos jornais ainda estavam quentes, ontem de manhã, saía a informação de que a inflação supera o teto da meta (6,5%, que já é alto) em comida, casa, saúde, escola e diversão.

A isso somam-se a redução da nota do Brasil pela Standard & Poor's, as críticas pela maquiagem na área fiscal, o recrudescimento dos juros depois de tanta propaganda, as incertezas na área de energia e o controle de tarifas estratégicas. E no ano da eleição... Não foi à toa que o Datafolha captou a queda na aprovação do governo e nos índices da candidata Dilma, sob o peso da inflação.

Lula, porém, deixou de lado os fatos e exortou Dilma a se explicar e o ministro Guido Mantega a rebater "as mentiras" sobre a economia. Ou seja, Dilma e Mantega que se virem com os seus erros, enquanto Lula trata de cuidar de si mesmo.

Por isso atiçou a militância para defender a Petrobras "com unhas e dentes". Leia-se: estanque ferozmente a torrente de dados negativos sobre a principal empresa do país, herdados do governo e do estilo Lula.

É por essas e outras que muita gente viu ali, na tal entrevista, não só o rei do PT ou o tutor de Dilma, mas o possível candidato -em oposição à sua própria criatura.


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