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Lição errada

A mudança que o governo de São Paulo decidiu realizar na grade curricular do ensino médio priva os estudantes de aulas de reforço voltadas para o vestibular e sacrifica disciplinas essenciais -como história e geografia, no período diurno, e português e matemática, no noturno.

A compensação será o aumento da carga horária de matérias como arte, filosofia e sociologia. São, certamente, áreas relevantes do conhecimento, mas não correspondem às carências educacionais dos alunos de nível médio no país.

Não faz sentido que sejam acrescentadas ao currículo em prejuízo de matérias fundamentais. Ademais, não é desprezível o risco de que filosofia e sociologia tornem-se meros pretextos para proselitismo ideológico de professores.

A medida pode ampliar o fosso entre os alunos da rede estadual e os das escolas particulares. Basta lembrar que a melhor escola pública da capital paulista, excluídas as técnicas, ocupa a 210ª posição entre 886, segundo o Enem.

O problema do currículo não é a a escassez de temas, mas o oposto. Os estudantes são obrigados a percorrer uma gama variada e, em alguns casos, enfadonha e inútil de assuntos -o que só contribui para prejudicar o aprendizado.

O governo de São Paulo, que tem alardeado seu interesse em privilegiar a educação, deveria concentrar os esforços em disciplinas estruturantes, como português e matemática, e deixar de lado experimentalismos duvidosos.

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