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Moreira Franco

Muito além da Copa

A taxa de cancelamentos e atrasos de voos tem sido baixíssima. Ainda há obras em execução nos aeroportos, mas serão todas entregues

Em 2007, quando a Fifa anunciou a escolha do Brasil para sediar a Copa do Mundo de 2014, a situação de nossos aeroportos foi apontada como uma das ameaças ao evento pelo vozerio que combinava o necessário espírito crítico com o daninho complexo de terceiro mundo.

Sete anos depois, a realização desse grande evento esportivo foi reconhecida como um grande sucesso, tanto nos gramados como no funcionamento da infraestrutura, nela incluídos os aeroportos e o transporte aéreo. Neste setor, o legado está pronto e representa uma conquista do país e da sua população para muito além da Copa.

O desafio que recebi da presidente Dilma Rousseff ao ser transferido para a Secretaria de Aviação Civil (SAC) foi não apenas o de preparar a infraestrutura aeroportuária para a Copa, mas, fundamentalmente, o de sintonizá-la com o século 21. Que não perdêssemos o passo, ela enfatizou, lembrando a negligência passada com as ferrovias e a navegação.

Isso exigia a ampliação física e a modernização tecnológica dos aeroportos para responder a diferentes necessidades: atender à crescente demanda interna, favorecer a inserção do Brasil nas rotas globais de turismo e propiciar suporte adequado à circulação de bens e mercadorias sensíveis, de alto valor agregado, hoje transportados basicamente por via aérea.

A ambiciosa reforma aeroportuária exigiu a delicada substituição de estruturas militares por instituições civis como a SAC e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o que foi feito sem sobressaltos, restando hoje apenas o controle do espaço aéreo sob a jurisdição da Aeronáutica.

Para superar o deficit acumulado de investimentos no setor, foram concedidos à exploração da iniciativa privada cinco aeroportos (Brasília, Belo Horizonte, Rio, Guarulhos e Campinas) que respondem, juntos, por 80% dos voos internacionais e 50% dos voos domésticos.

Empresas com experiência internacional reconhecida habilitaram-se a operá-los, por meio de processos licitatórios legais e transparentes, que impediram uma operadora de arrematar mais de um dos cinco terminais. Os demais aeroportos continuam sendo operados pela empresa estatal Infraero, agora submetida à competição, benéfica a todos, especialmente aos usuários.

Graças aos R$ 11,3 bilhões investidos no governo Dilma, os aeroportos das capitais ampliaram em 70 milhões de passageiros a capacidade de atendimento anual, que antes era de 215 milhões. Foram construídos 400 mil m2 de áreas internas nos aeroportos e 1,4 milhão de m2 de pátios, criando 270 novas vagas para estacionamento de aeronaves.

O foco na Copa acelerou a ampliação e modernização dos aeroportos das 12 cidades-sedes e a construção de um novo em Natal. Com a oferta de 108 mil "slots" (vagas para pousos e decolagens), o Brasil atendeu plenamente aos pedidos de reserva para quase 90 mil voos no período. As delegações e os turistas, nacionais e estrangeiros, foram atendidos satisfatoriamente em aeroportos que nada ficam a dever aos do chamado Primeiro Mundo. A taxa de atrasos e cancelamentos de voos tem sido baixíssima, dentro da tolerância internacional e abaixo da média nacional em outros momentos. Ainda há obras em execução, mas serão entregues já que visam atender ao crescimento veloz da demanda interna. O trânsito por Guarulhos (SP), que em um ano e meio passou de pouco mais de 30 milhões de passageiros para 41 milhões, já alcança hoje o projetado para 2017.

Para a Copa, o essencial foi feito e está aprovado. Deixará como legado melhores aeroportos e serviços aéreos para todos e para sempre. Depois dela, a reforma aeroportuária prosseguirá, para responder ao crescimento e a estratégias de inclusão, num país em que a mobilidade social permitiu a 10 milhões de pessoas, nos últimos dois anos, andar de avião pela primeira vez na vida.

Entre o feito e o por fazer, os ganhos são imensos.


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