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De volta ao campus

Inaugurado em 2005 com o louvável propósito de facilitar o acesso de estudantes que residem em regiões afastadas da Cidade Universitária e do centro da cidade, o campus da USP Leste tem acumulado problemas impensáveis para uma academia dessa importância.

O mais grave deles é um erro de origem: as instalações foram erguidas num terreno insalubre, que se prestava a depósito de resíduos. Além disso, a área recebeu terra contaminada, proveniente da drenagem do rio Tietê.

Em 2013, relatório da Cetesb (agência ambiental paulista) apontou a presença de gás metano no solo e o risco de explosão. Com base no estudo, uma decisão judicial interditou a área no início do ano.

Atendendo a uma exigência básica de segurança, a medida causou, como não poderia deixar de ser, uma série de transtornos. Para evitar a perda do período letivo, as aulas foram transferidas provisoriamente para outras unidades.

Perdido um semestre, um novo relatório da Cetesb embasou a liberação do campus. Professores, funcionários e os cerca de 5.000 alunos da instituição poderão, enfim, voltar à universidade.

Mantém-se, contudo, um clima de apreensão. Ainda seria preciso aprofundar os estudos sobre a qualidade do terreno e tomar ações adicionais, em especial quanto à terra contaminada. Para contornar o problema, a USP recobriu a área exposta com grama e montou tapumes para vedar o acesso.

Parece inverossímil que o governo do Estado de São Paulo e a principal universidade do país tenham se envolvido em enredo tão bizarro e irresponsável. Precauções ambientais há muito se tornaram indispensáveis em qualquer obra. O poder público deveria, quanto a isso, ser o primeiro a dar exemplo, assim como a USP, uma instituição sempre ciosa de sua excelência.

O governador Geraldo Alckmin (PSDB), que também comandava o Estado quando a nova área universitária foi inaugurada, enfatizou, à época, que aquela não seria uma academia de segunda linha.

Lamentavelmente, vê-se que não é bem assim: o campus da zona leste não parece ter sido objeto dos cuidados necessários, e o contribuinte paga, mais uma vez, pela incúria dos governantes.


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