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Indonésia em reformas

Embora o resultado oficial ainda esteja sub judice, parece improvável que o Tribunal Constitucional da Indonésia venha a refutar a vitória do primeiro candidato a presidente do país sem nenhuma ligação com o regime ditatorial de Suharto, que governou o arquipélago por 31 anos (1967-1998).

A eleição do empresário do ramo moveleiro Joko Widodo, 53, à Presidência da nação islâmica mais populosa do mundo foi anunciada no início da semana passada, após o fim da trabalhosa contagem dos votos do pleito de 9 de julho. Foram nada menos que 480 mil seções eleitorais distribuídas em todo o território nacional, formado por mais de 17 mil ilhas.

Atual governador do distrito de Jacarta, capital do país, Widodo obteve 53,15% dos mais de 130 milhões de votos; seu oponente, o ex-general Prabowo Subianto, 62, conquistou 46,85% dos eleitores.

É precisamente essa significativa margem de vitória --8 milhões de sufrágios-- que torna remota a hipótese de a Justiça acatar os pedidos de Subianto por recontagem ou pela determinação de nova disputa nas urnas, fundamentados em vagas suspeitas de fraude.

Essa querela jurídica, no entanto, será o menor dos desafios para o vencedor da terceira disputa presidencial democrática no país.

Apesar de ter registrado índices de crescimento próximos de 6% nos últimos anos, a Indonésia precisará passar por ajustes se quiser continuar a ser uma das mais pujantes economias da Ásia e, ao mesmo tempo, diminuir a pobreza de sua população.

Hoje, dos cerca de 250 milhões de habitantes locais, mais de 100 milhões vivem com receitas inferiores a US$ 2 por dia. Widodo não só conhece como viveu essa realidade: o empresário nasceu e foi criado em uma favela. É por essa razão que defende uma política atenta aos interesses dos mais pobres, mas que também seja atrativa para investidores.

Até aqui, a ascensão indonésia sustentou-se majoritariamente em exportações de petróleo, gás natural e carvão mineral. Dependente da importação de produtos industrializados, em geral mais caros, o país aprofundou um deficit em sua balança comercial.

Também as condições de infraestrutura, ora precárias, têm de ser aperfeiçoadas. Reduzir os subsídios ao setor de combustíveis, que tiram bilhões de dólares do Orçamento, é outra medida para dinamizar a economia local.

Durante a campanha, Widodo mostrou disposição reformista. Será bom para o país se concretizá-la nos cinco anos de seu mandato.


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