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Luiz Fernando Vianna

Verdade tropical

RIO DE JANEIRO - A coluna de hoje poderia conter um ato de contrição em relação a algo que foi escrito neste mesmo espaço na sexta-feira. Mas Marina Silva não permitiu.

Falou-se aqui de temas sobre os quais ela, agora favorita na disputa presidencial, deveria se manifestar. Um dos citados foi o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Na tarde da mesma sexta, Marina lançou o seu programa de governo. O capítulo LGBT era dos mais audaciosos, espanando qualquer dogmatismo evangélico e indicando que ela, em detrimento dos próprios valores, optaria pelo avanço da cidadania.

A ilusão não durou 24 horas.

Por convicção pessoal ou por medo de perder os votos dos eleitores evangélicos, Marina disse no sábado que não era bem assim. Apoia apenas o que já está previsto em lei. Avançar mais, inclusive endossando o projeto de criminalização da homofobia, não está em pauta.

Também sobre o direito ao aborto, nada muda. Sobre pesquisas com células-tronco e legalização da maconha, outros assuntos citados aqui, nem uma palavra.

Apesar do recuo constrangedor (ela não leu o que estava divulgando?), não há dúvida de que há no programa ideias para o país. Só faltou dizer como realizá-las.

Janio de Freitas apontou ontem, na Folha, os riscos do discurso da candidata contra o pré-sal e, por extensão, contra a Petrobras.

Reportagem do jornal "O Globo" calculou em R$ 95 bilhões o aumento de despesas anuais para dar conta dos planos de Marina.

E quase tudo precisaria passar pelo Congresso. Hoje, os partidos da coligação (PSB, PPS e quatro nanicos) têm 30 deputados num total de 513. E quatro dos 81 senadores.

Falando em português claro: ela precisará governar com o PT ou com o PSDB e/ou com a enorme bancada fisiológica liderada pelo PMDB. É a dura e triste verdade tropical.


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