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Opinião

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Nova polarização

Debate realizado ontem teve confronto entre Dilma Rousseff e Marina Silva no centro do palco, com Aécio Neves em segundo plano

Por força da profissionalização das campanhas, debates entre postulantes a cargos públicos de relevo com frequência se resumem a conhecidas fórmulas capazes de anular confrontos reais entre os candidatos. Por força das circunstâncias, contudo, nem sempre se restringem a exibir mais do mesmo.

Exemplo disso foi o encontro promovido ontem por esta Folha, pelo portal UOL, pela TV SBT e pela rádio Jovem Pan. Os aspirantes a presidente estavam, é claro, treinados na arte de sair pela tangente, mas a própria conjuntura se encarregou de trazer ao centro do palco um enfrentamento que hoje interessa à maioria dos eleitores.

Dirigindo-se a Marina Silva logo na primeira pergunta, a presidente Dilma Rousseff tirou da bainha suas armas contra a nova adversária. À petista interessava sugerir que a candidata do PSB não diz, de forma concreta, como transformará seus sonhos em realidade, dado o alto custo das propostas.

Trata-se, retrucou Marina, de melhorar a eficiência da máquina pública e a qualidade dos gastos, "fazendo as escolhas corretas" ao aplicar o dinheiro do contribuinte.

A discussão, no entanto, não se aprofundou mais do que isso. Engessados por regras impostas pelos próprios candidatos, debates desse tipo oferecem pouco tempo para o desenvolvimento das ideias.

É uma pena que seja assim. Segundo pesquisa Datafolha divulgada na sexta-feira passada, Dilma e Marina, empatadas em primeiro lugar, concentram dois terços das intenções de voto. Seria oportuno que tivessem mais espaço para evidenciar suas diferenças.

Constituiu novidade, de todo modo, que ambas tenham polarizado o encontro de ontem, no qual Aécio Neves (PSDB), com 15% das preferências, ficou em segundo plano. Na terça-feira passada, em evento realizado pela Rede Bandeirantes, o tucano ainda aparecia como principal opositor de Dilma.

Aos chamados nanicos coube os papéis de sempre. Protegidos pela legislação --devem ser convidados candidatos cujos partidos têm representação na Câmara dos Deputados--, também participaram Pastor Everaldo (PSC), Eduardo Jorge (PV), Luciana Genro (PSOL) e Levy Fidelix (PRTB).

Com todas as suas limitações, o debate teve o mérito de captar com clareza o novo espírito da disputa, em que o PSDB, ao menos por ora, não figura como protagonista. Ao eleitor interessa acumular o maior número de informações para decidir seu voto, e os debates, bem ou mal, permitem menos artificialismo do que as peças publicitárias.


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