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Carlos Heitor Cony

Espiões saem do frio

RIO DE JANEIRO - Não foi somente dona Dilma e outras autoridades brasileiras que reclamaram dos grampos telefônicos que sofreram do Departamento de Estado norte-americano. Outros chefes de governo, na Europa e na Ásia, também se sentiram insultados quando perceberam que seus telefones estavam violados pela CIA ou outra entidade afim. Medo de outro atentado igual ao que atingiu o World Trade Center em 11 de setembro de 2001? Dados de situação econômica e militar de outros Estados?

Em 1954, os serviços de informação e inteligência do Departamento de Estado norte-americano já dispunham de tecnologia bastante para rastrear o encontro num quarto de hospital de dois personagens secundários (ou nem isso) no episódio da deposição de Goulart, em março de 1964. Em 1973, por ocasião do caso Watergate, já dispunham de recursos mais sofisticados para grampear conversas até mesmo no Salão Oval da Casa Branca. Podiam gravar, por interesse próprio ou para abastecer aliados de informações "inside", dispondo de uma tecnologia ainda não acessível aos países subdesenvolvidos.

Enquanto durou a Guerra Fria, em nome da segurança do mundo livre e da sua própria segurança, os Estados Unidos dispunham de recursos técnicos capazes de espionar qualquer cidadão em qualquer parte do mundo, criando condições para o seu desaparecimento, contando, obviamente, com a colaboração dos interessados locais, que se posicionavam no tabuleiro internacional como seus aliados.

De 1962 até o final dos anos 1970, início dos anos 1980, o clima não apenas na América Latina, mas na Ásia e na África era condicionado prioritariamente pelo conceito de segurança do mundo livre, cujo baluarte operacional político e militar era o próprio Departamento de Estado norte-americano.


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