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Luiz Fernando Vianna

Aécio e Neném Prancha

RIO DE JANEIRO - Para alegria do mercado --esse ser sem rosto que ganha da imprensa feições oraculares-- e de alguns colunistas, Aécio Neves reagiu nas pesquisas. Mas, segundo o Datafolha, são remotas suas chances de passar ao segundo turno.

Parece faltar ao tucano a sabedoria do filósofo do futebol Neném Prancha, que dizia: "Jogador de futebol tem que ir na bola com a mesma disposição com que vai num prato de comida. Com fome, para estraçalhar".

Antonio Franco de Oliveira (1906-1976), o Neném Prancha, foi roupeiro do Botafogo e protagonista do futebol de praia carioca. Mesmo que parte das frases atribuídas a ele tenha sido criada por João Saldanha --como "Se concentração ganhasse jogo, o time do presídio não perdia uma partida"--, conquistou no Rio a aura de sábio popular.

Aécio é presidenciável há, pelo menos, quatro anos. Ainda assim, não apresentou até agora um programa de governo --Dilma também não, mas tem o atenuante de poder ser julgada pelo que fez no cargo.

A única bandeira que o tucano ergue com afinco é a do antipetismo. Como já apontaram Elio Gaspari e outros, quer converter os convertidos, imaginando que os votos de quem odeia o PT contem em dobro.

Dilma e Marina merecem várias críticas, mas têm a seu favor a gana de viver e vencer de quem já sentiu o cheiro da morte. A primeira sobreviveu às torturas e à prisão na ditadura militar; a segunda, tal qual Lula, superou a pobreza extrema. Estão na campanha com fome.

O bem-nascido Fernando Henrique também era guloso porque via o topo do poder como o único lugar à sua altura. Aécio já entrou na vida pública como neto de presidente (não empossado, mas eleito). Parece satisfeito com o muito que tem. Prato de comida, para ele, é o dos restaurantes de luxo que frequenta no Rio.


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