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Hélio Schwartsman

Falácias eleitorais

SÃO PAULO - Ao definir seu voto, a primeira pergunta que o eleitor tem de responder é "estou disposto a mandar os atuais governantes para casa?". Se a resposta é afirmativa, surge a segunda questão: "a alternativa que se coloca é satisfatória?".

Até onde dá para inferir intenções, parte significativa da população flerta ou pelo menos flertou com um "sim" para a primeira pergunta. Em agosto Marina Silva abria dez pontos de diferença sobre Dilma Rousseff (50% a 40%) na simulação de segundo turno feita pelo Datafolha. De lá para cá, porém, Marina foi perdendo espaço e hoje aparece quatro pontos atrás de Dilma (43% a 47%).

A interpretação mais plausível é que os marqueteiros da presidente estão convencendo o eleitor de que a resposta à segunda pergunta é "não". Fizeram-no explorando as reais contradições da candidatura de Marina e lhe acrescentado uma campanha negativa que se vale de tantas falácias informais que renderia um livro sobre pensamento crítico.

Na peça do banco central, por exemplo, transformaram a ideia de Marina de dar independência formal à instituição numa versão exagerada e distorcida da proposta com o objetivo de atacá-la mais facilmente. O nome disso é falácia do espantalho. No spot que cita Neca Setubal, herdeira do banco Itaú, o artifício utilizado é a falácia da má companhia ou da culpa por associação, pela qual se tenta descaracterizar uma ideia ou pessoa --Marina--, ligando-a a grupos de má fama --os banqueiros.

São truques infantis, mas o fato de terem nome e constarem dos compêndios sobre argumentação crítica é um bom indício de que funcionam.

Isso significa que Marina já era? Talvez não. Num provável segundo turno, ela terá o mesmo tempo de TV que Dilma e então poderá tentar desmontar os ataques ou até lançar os seus contra a presidente. O fato de o eleitor ter passado a ver Marina mais criticamente não implica que tenha ficado satisfeito com o atual governo.


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