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Rogério Gentile

A necessidade de tapar o nariz

SÃO PAULO - Os resultados do primeiro turno das eleições mostram que alguns minutos a mais no horário eleitoral fazem, sim, muita diferença nas urnas. O candidato com baixa exposição na TV e no rádio, como foi o caso de Marina, se deu mal em praticamente todas as disputas.

Marina dispunha na eleição de 2 minutos e 3 segundos contra 11 minutos e 24 segundos de Dilma e 4 minutos e 35 segundos de Aécio, sem contar as inserções comerciais, na mesma proporção. A despeito das contradições da ex-ministra e dos muitos erros da campanha, é evidente que esse foi um dos fatores preponderantes para a sua derrota.

A prova disso é que, considerando os 13 governadores eleitos e os 30 candidatos que disputam o segundo turno, apenas um possuía tão pouco tempo: Crivella (PRB-RJ), que tinha apenas um minuto e nove segundos e, para avançar na eleição, contou com forte apoio das igrejas evangélicas. Todos os demais puderam usufruir de grande exposição na telinha.

Alckmin (PSDB-SP), por exemplo, o que menos apareceu na TV dentre os eleitos, tinha mais que o dobro de Marina (4 minutos e 58 segundos). Richa (PSDB), vencedor no Paraná, tinha 8 minutos e 42 segundos contra 2 minutos e 56 segundos do rival Requião (PMDB). Sartori (PMDB) possuía 5 minutos e 9 segundos no Rio Grande do Sul. Será que se tivesse pouco tempo teria subido de modo tão impressionante (16% para 40%), ultrapassando dois adversários?

Só dispor de amplo espaço na TV não basta. Candidato sem discurso, com jeito de pão amanhecido ou propaganda ruim pode naufragar, mesmo com muita exposição, como Agnelo (PT-DF) e Pimenta (PSDB-MG).

Mas o inverso é muito mais improvável de ocorrer. O eleitor mal fica sabendo o que o sujeito tem para dizer. É como gritar num barquinho perdido no oceano. Candidato que não tapa o nariz em nome de uma boa coligação que lhe sustente na TV, com a legislação atual, tende a morrer atropelado por um transatlântico.


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