Painel do Leitor
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Eleições 2014
É patética e demagógica a afirmação do ex-presidente Lula de que Aécio Neves foi ignorante com Dilma Rousseff no último debate na TV e que, portanto, é "capaz de pisar em pobres". Esse discurso de Lula é repetitivo, velho e ultrapassado. O bom administrador é aquele que governa para todos e não estimula esse repugnante ódio entre classes.
Luciano Harary (São Paulo, SP)
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Metem o pau no PT por causa da corrupção, só que eu nunca vejo essas pessoas reclamarem da corrupção tucana. Nesse caso da Petrobras isso ficou evidente: quando o delator meteu o PSDB no meio, todo mundo se calou. Nunca vi ninguém aqui falar do que o PSDB fez no governo Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo e em Minas Gerais. O problema que essas pessoas não querem enxergar é que antes, no governo tucano, se engavetava tudo, com a proteção da mídia.
Suely Rezende Penha, professora (Campinas, SP)
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A decisão -felizmente liminar- do Tribunal Superior Eleitoral de proibir ataques a certos aspectos do candidato adversário é curiosa. Suponho, então, que serão proibidos todos os ataques a planos e obras do opositor, inclusive corrupção e nepotismo. Assim, poderão dizer que vão fazer uma estrada para a Lua ou dobrar o salário mínimo sem receber crítica do opositor.
Carlos Brisola Marcondes (Florianópolis, SC)
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O discurso de Lula sobre Aécio Neves é assustador. Que os petistas estão desesperados já sabemos, mas utilizar os adjetivos que o ex-presidente usou é muito grave. Será que as autoridades competentes não vão fazer nada? Um ex-presidente pode fazer tudo o que vem à cabeça?
Nilza Pereira Rubo (São Paulo, SP)
Racismo
A Folha explicita, mais uma vez, o seu racismo em duas reportagens publicadas na edição deste domingo (19/10). Em "Public Enemy atrai 20 mil e reabre o antigo Clube de Regatas Tietê" ("Poder"), o texto omite o caráter do evento, que denunciou a história de discriminação racial daquele clube, que sempre impediu a entrada de negros. Já em "Não me arrependo" ("Esporte"), relato do goleiro Aranha, do Santos FC, o título da reportagem coloca a vítima das ofensas da torcida do Grêmio como autor de um ato ilícito do qual deveria se arrepender. O título inverte os papéis do jogador e dos torcedores do Grêmio. A Folha reforça o racismo institucional e, como é comum no Brasil, responsabiliza o discriminado pela discriminação do qual é alvo.
Ramatis Jacino, historiador, presidente do Instituto Sindical Interamericano pela Igualdade Racial (São Paulo, SP)
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Vejo o depoimento do goleiro Aranha, do Santos, como exemplo de altivez. Numa sociedade como a brasileira, herdeira de 300 anos de escravidão, todos carregamos a marca do racismo. Por isso é tão importante falar sobre o assunto. Não adianta fazer mil gols e obter sucesso individual quando não se tem solidariedade com milhões de pessoas injustamente discriminadas.
Marco Antonio Silveira (Belo Horizonte, MG)
Maratona de São Paulo
A organização da maratona pode ser nota dez, mas a do trânsito neste domingo foi zero. Moro na Vila Nova Conceição e não consegui me deslocar até o Jardim Paulistano. Não havia qualquer informação sobre como andar pela cidade. A prefeitura presta um desserviço à população, é um verdadeiro descaso.
Wilson Mello (São Paulo, SP)
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Em toda a edição da Folha deste domingo, não encontrei um único registro sobre a Maratona de São Paulo. A informação era importante, inclusive, pela utilidade pública da interferência no trânsito de veículos.
Roberto F. de Araujo Costa (São Paulo, SP)
Auxílio-moradia
O governo federal divulga que haverá economia de R$ 278 milhões com o horário de verão. Por outro lado, haverá um gasto de quase R$ 1 bilhão para pagar auxílio-moradia a juízes. Impõe-se um sacrifício a toda a população para obter uma economia que não chega a um terço do que escoará pelo ralo com esse famigerado auxílio-moradia.
Aloísio de Araújo Prince, engenheiro e professor (Belo Horizonte, MG)
Domingos Oliveira
Em "Baseado em suas memórias, Domingos de Oliveira faz seu melhor filme em anos" ("Ilustrada", 18/10), Sérgio Alpendre, que deve gostar de mim para me elogiar, afirma que o filme "Infância" é o meu melhor nos últimos dez anos. Porém o crítico lança mão de um tom grosseiro inadequado. Frases como "[Domingos de Oliveira] vinha batendo na trave há muito tempo", "estética normalmente desleixada", entre outras, são meras opiniões pessoais que não cabem no diálogo com um artista. Além disso, me chama de desleixado, uma acusação grave para quem carrega um senso de rigor como o meu. Sou discípulo do neorrealismo e da nouvelle vague, que me ensinaram que uma certa informalidade, muitas vezes, contribui para tornar o significado mais contundente. A isso chamam desleixo.
Domingos Oliveira, cineasta (Rio de Janeiro, RJ
Xico Sá
Como amigo, ex-redator de assuntos econômicos (entre 1976 e 1980) e leitor cotidiano da Folha, tendo em vista tudo que aconteceu entre o jornal e Xico Sá, sobre quem todos reconhecemos extraordinárias qualidades como um dos melhores jornalistas brasileiros, tendo em conta os esclarecimentos dados pela ombudsman Vera Guimarães na coluna "O voto que só não diz o nome" ("Poder", 19/10), proponho que ambos os lados superem as suas diferenças. Desejo que façam as pazes e que Xico Sá, em homenagem ao aperfeiçoamento de nossa democracia, que terá um ponto tão alto no próximo domingo, volte a escrever nesta Folha.
Eduardo Matarazzo Suplicy, senador pelo PT-SP (Brasília, DF)
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Dizer que Xico Sá pediu demissão por trabalhar na TV Globo e outras canais da televisão paga, como fizeram alguns leitores aqui neste espaço, é um absurdo. Ademais, foi uma das minhas grandes alegrias Xico Sá ter sido descoberto pela televisão. Ele é uma voz a ser ouvida.
Marcos Barbosa (Casa Branca, SP)
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