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Teto de vidro

São tantos os problemas em casas populares entregues pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional de SP) que se torna risível a alegação do governo do Estado de que se trata apenas de falha pontual.

Contratempos como infiltrações, goteiras, rachaduras, janelas que não fecham e ruas sem asfalto foram relatados em várias cidades paulistas, como Franca, Viradouro e Ribeirão Preto.

Em alguns casos, o prazo de 90 dias desde a entrega do conjunto habitacional ainda não havia decorrido, e as empreiteiras prometeram reparar tudo sem custos. Mas os exemplos de famílias que sofrem há meses com esse mesmo tipo de defeito, sem solução depois de inúmeras reclamações, dão pouca credibilidade à promessa.

A imagem que fica é a de casas de qualidade inferior, erguidas por empreiteiras preocupadas apenas em poupar custos, e de um controle débil, incapaz de coibir mesmo problemas básicos.

A própria reação do governo Geraldo Alckmin (PSDB) reforça essa percepção. Tanto que se anunciou um aperto na fiscalização, na tentativa de conter o estrago provocado pela revelação dos problemas.

Outro fator a atestar a incapacidade da CDHU de lidar com a questão habitacional em São Paulo é a bem-vinda correção de rumo encetada pelo governo paulista.

Decidiu-se diminuir o papel da estatal e aumentar a parceria com o programa federal Minha Casa, Minha Vida. Com isso, espera-se duplicar o número de moradias construídas até 2015, para cerca de 100 mil -atualmente, a CDHU entrega em torno de 15 mil casas ao ano.

Em vez de contratar a construção das casas -com um padrão medíocre, como se vê-, a empresa habitacional paulista vai focar no financiamento de habitações.

A parceria entre os governos federal e estadual propiciará a elevação do valor máximo dos imóveis para famílias com uma renda mensal inferior a R$ 1.600, de R$ 65 mil para R$ 85 mil.

Espera-se, assim, que os futuros beneficiados pelos programas de moradia recebam imóveis decentes. Isso não exime, contudo, o governo de sanar os graves problemas encontrados.

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