Painel do Leitor
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Conselhos populares
Quando um projeto da Presidência é vetado no Congresso, a Folha deveria noticiar o que o país ganhou, caso o projeto fosse ruim --e se o projeto fosse bom, o que o país perdeu. Dar como manchete "Câmara impõe 1ª derrota a Dilma após a reeleição" ("Primeira Página", 29/10) não contribui para a formação política dos leitores.
FABIO DE MELO SENE (Ribeirão Preto, SP)
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O Congresso voltou à sua atuação medíocre. Renan Calheiros e Eduardo Alves perderam a vergonha na cara e nem disfarçam que usam seus cargos para "barganha" de interesses partidários. Parlamentares já se movimentam pelo aumento de seus próprios salários e "mordidinhas" no Orçamento. O interesse público definitivamente não frequenta a pauta do Congresso Nacional.
FABIANA TAMBELLINI (São Paulo, SP)
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Ao propor novamente a reforma política, Dilma diz ao país que o Legislativo não merece confiança. Com todos os percalços e a distância do Congresso dos padrões de uma democracia, a verdade é que tão legítimo quanto o mandato presidencial é o de todos os deputados e senadores recém-eleitos. Dilma, aqui não é a Venezuela, e sua vitória se deveu a pouco mais da metade do eleitorado. O país está dividido.
NADIR PEREIRA (Rio de Janeiro, RJ)
Doação de campanha
Declaro que as contas de minhas campanhas no período registrado pela Folha ("Executivo que fez acordo de delação doou mais de R% 5 mi para PT e PR", "Poder", 30/10) foram todas aprovadas pela Justiça Eleitoral. Durante as décadas em que participei da vida pública, eu me guiei pela mais obstinada ética e lisura, não tendo nada em absoluto a esconder, tanto que todos os valores doados por pessoas físicas e jurídicas às minhas campanhas foram registrados e declarados publicamente em conformidade com a lei. Embora a reportagem não tenha me ouvido para dar a minha versão sobre os fatos, coloco-me à disposição para prestar qualquer esclarecimento.
ADRIANO DIOGO, deputado estadual PT-SP (São Paulo, SP)
UPPs
Paula Cesarino Costa aborda o fracasso das UPPs ("Mais do mesmo", "Opinião", 30/10). Vejo duas causas: 1) a renda que o tráfico proporciona; 2) a aceitação do conceito de "favela" no Brasil. Enquanto houver ilicitude para a venda de drogas, haverá tráfico. Mas, com ou sem tráfico, é preciso"desfavelizar" o Brasil. Construções fora de qualquer padrão de regularidade urbana abrigam milhões que vivem num universo paralelo onde a lei é a do mais forte, a luz e a TV são "gato", o comércio e os serviços são em geral informais. Só unidades policiais não darão conta dessas mazelas.
CARLOS ANTONIO A. GUIMARÃES (Curitiba, PR)
Inflação
Discordo de Marcelo Miterhof ("Um país dividido", "Mercado", 30/10). Não existe "inflação do bem", toda inflação é do mal. Tampouco concordo que ela seja fruto da distribuição de renda. A inflação acaba concentrando ainda mais a riqueza em detrimento dos mais necessitados, pois os mais abastados têm mais e melhores meios de se precaverem.
JOSE E. RUBIN (São Caetano do Sul, SP)
Mantega
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, diz que estava feliz com o resultado porque mostra que a população aprova a política econômica ("Dilma decide buscar nome para Fazenda no mercado", "Eleições 2014", 28/10). Em que país vive o ministro? Essa viseira ideológica já passou dos limites.
JURCY QUERIDO MOREIRA (Guaratinguetá, SP)
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Mantega é tão obtuso que não percebe que uma das causas da vitória de Dilma foi o anúncio antecipado de sua demissão. Ninguém aceitou as desculpas esfarrapadas para seus seguidos insucessos durante todos esses anos.
FERNANDO F. DE SÁ BOMFIM (Araçariguama, SP)
Sarney
José Sarney ("O futuro presente", Tendências/Debates, 29/10) comete a ousadia de dar conselhos a Dilma, depois das hiperinflações e das denúncias de corrupção. Ele é o causador do "corporativismo anárquico que foi beneficiando ilhas de interesse". Quando ele aconselha que ex-presidentes não exerçam mais cargos públicos, reconhece o erro e se arrepende. Pena que os males causados por seu erro causaram sérios danos ao país.
JOSÉ RONALDO CURI (São Paulo, SP)
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Inacreditável que Sarney sugira uma proposta [a reforma política] que parece ser a melhor de seus 84 anos de vida. Parlamentarismo já, pois medidas provisórias, frequentemente editadas pelo Executivo, aniquilam o Congresso. É uma ótima oportunidade para Dilma ficar na história.
ANAER JOSÉ FERNANDES (Poços de Caldas, MG)
Roubos em SP
Em relação ao editorial "Logros e roubos" ("Opinião", 29/10), a Secretaria da Segurança Pública esclarece que o Estado de São Paulo, em respeito aos cidadãos, prima pela transparência na divulgação de seus índices de criminalidade, cuja qualidade é reconhecida pelo Fórum Nacional de Segurança Pública. É o Estado mais transparente e o único que realiza a divulgação mensal e por distrito policial. Desde dezembro de 2013, com a ampliação da Delegacia Eletrônica, que passou a aceitar registros de roubos, São Paulo ampliou a transparência, reduzindo a subnotificação desse crime.
VERA FREIRE, diretora-executiva adjunta da assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública (São Paulo, SP)