Painel do Leitor
A seção recebe mensagens por e-mail (leitor@uol.com.br), fax (0/xx/11/3223-1644) e correio (al. Barão de Limeira, 425, São Paulo, CEP 01202-900). A Folha se reserva o direito de publicar trechos.
-
José Dirceu
Menos de um ano após ser preso, lemos que "Dirceu sai da cadeia e agora vai cumprir a pena em casa" ("Poder", 5/11). Será que é esse o combate à corrupção a que Dilma se referia? O que ela acha sobre essa duríssima punição? Mas a notícia deve ser apenas mais uma manipulação. Que maquiavélicos esses jornalistas. Muito malvados por quererem nos abrir os olhos. Dilma já pensou nisso. Tem planos de regulação econômica da mídia. Finalmente poderemos enxergar esse belo Brasil que só a senhora vê. Veremos um tigre asiático em vez desse meio gato-pingado que temos.
PEDRO DICKSON REBELO (Rio de Janeiro, RJ)
-
Lastimável a postura da Folha refletida nas fotos da "Primeira Página" (5/11). Por que que não deixar o condenado em paz cumprindo a sua pena em casa, como determina a Justiça? Este jornal, como a grande mídia, vai continuar substituindo o papel da oposição e se aliar à extrema direita para infernizar o governo eleito pelo povo? Que papel vergonhoso! Um desserviço para enfraquecer a democracia brasileira.
HÉLIO DE SOUSA REIS (Guarulhos, SP)
-
A Folha retrata na "Primeira Página", no alto, uma enorme foto da transferência de um preso, deixando em segundo plano, numa singela foto, a volta ao Senado do candidato derrotado à Presidência com mais de 50 milhões de votos na eleição mais disputada deste país. É um jornal sério?
HAMILTON R. F. CAVALCANTE (São Paulo, SP)
Crise da água
Após longa e tenebrosa seca e perspectiva de melhora no regime pluviométrico, resta ao paulistano aprender que preservar o entorno das represas passa a ser a solução a longo prazo. Poluição e invasão não combinam com qualidade e quantidade de água.
JOSE DEZOTTI (Campinas, SP)
-
É sintomática a incompetência dos sucessivos governos tucanos na tentativa de despoluir o Tietê ("Do sertão ao Tietê, catador vive saga da seca", "Cotidiano", 2/11). Onde foi parar toda a dinheirama arrecadada para limpar o rio? Enquanto cidades como Londres, Paris e Zurique conseguiram limpar e sanear os rios que as cortam, a elite paulista transformou o rio Tietê numa cloaca --e ainda critica os nordestinos.
PAULO HASE (Araci, BA)
Muro de Berlim, 25
A infância de Georgia Basto Alo na Berlim comunista ("Refúgio capitalista", "Mundo", 5/11) se assemelha à infância vivida nos bairros periféricos de muitas cidades capitalistas: aqui a diversão também é assistir a desenhos americanos na TV. Muitas dessas crianças moram ao lado de bairros cujos moradores frequentam shoppings e consomem tudo o que querem. Vez ou outra, alguém do outro lado traz balas e doces para elas, ou mesmo as leva para uma rápida visita a esse mundo, aonde, depois de adultas, poderão voltar, desde que na condição de serviçais. A diferença entre aquela Berlim e nossas periferias é que lá as crianças tinham jardim da infância e escola.
DORIVALDO SALLES DE OLIVEIRA (São Paulo, SP)
TIM
A reportagem "Claro, Vivo e Oi fecham acordo para comprar TIM" ("Mercado", 31/10) apresentou como fato concreto algo não verdadeiro, que as companhias de capital aberto questionadas pela CVM imediatamente negaram. A reportagem afetou acionistas, colaboradores e clientes da empresa, que, como integrante do Novo Mercado da BM&F Bovespa, tem como princípio fundamental a transparência. A TIM expressa indignação e preocupação com tais afirmações inverídicas. Publicações desse tipo, quando não embasadas a partir da citação de fontes, põem um importante jornal a serviço de interesses especulativos.
MARIO GIRASOLE, diretor de assuntos regulatórios, institucionais e relações com a imprensa da TIM (Rio de Janeiro, RJ)
RESPOSTA DO JORNALISTA JULIO WIZIACK - Em nenhum momento a reportagem trata a venda da TIM como fato concreto. A reportagem descreve o acordo entre as controladoras da Vivo e da Claro e o BTG, representante da Oi, para a compra fatiada da TIM. As subsidiárias não participam dessas negociações. O texto afirma ainda que a Oi precisa vender a Portugal Telecom para que os três enviem uma proposta de compra.
Venezuelização
Em sua coluna, Samy Adghirni fez uma comparação oportuna entre os governos da Venezuela e do Brasil ("Venezuelização?", "Opinião", 4/11). A situação preocupa, mas é necessário mostrar as diferenças sem esquecer as semelhanças. O que mais importa é a reflexão proposta por ele de exercitar a tolerância, não alimentando preconceitos e polarizações que resultarão em prejuízo a toda a sociedade, o que vale para todo o eleitorado.
ROSA MARIA GARCIA BARROS (São Paulo, SP)
Diplomacia
O diplomata norte-americano Roger Noriega, em sua crítica à indicação da Venezuela para o Conselho de Segurança da ONU e ao convite formulado a Raúl Castro para a Cúpula das Américas, indaga: "Até que ponto os líderes latino-americanos e caribenhos se levam a sério?" ("A América Latina que submerge", Tendências/Debates, 5/11). Talvez o ex-funcionário do governo de George W. Bush jamais obtenha resposta. Ao fazer pouco-caso da vontade política de integração das nações da AL e do Caribe, revela o quão distante está de reconhecer a soberania da região.
CÉSAR CALDAS, cientista político (Curitiba, PR)
PEC da bengala
Cheio de razão o editorial "A idade da razão" ("Opinião", 5/11). Porém faltou propor agregar a categoria profissional em que isso seria mais produtivo e relevante para o país: a dos professores universitários. É lamentável, que, ao contrário de países avançados, catedráticos renomados caiam na expulsória quando muito ainda poderiam contribuir para a pesquisa, o ensino e a inovação, temas estratégicos. Sobretudo quando universidades públicas sofrem com inchaço da máquina e relação funcionário/aluno em níveis absurdos, em detrimento do corpo docente, que escasseia por falta de concursos e pela aposentadoria precoce.
MARCELO MORGADO (São Paulo, SP)