Hubert Guarino

Aliança e cooperação pela saúde

A Sanofi não fez nenhum tipo de oferta ao governo do Estado de São Paulo com o objetivo adquirir a planta bioindustrial do Butantan

Como organização que conduz suas atividades dentro de rigorosos princípios éticos, a Sanofi esclarece à opinião pública que, ao contrário de artigo publicado na seção "Tendências e Debates" de 18 de dezembro ("O Butantan Desafia o Cartel das Vacinas", de Isaias Raw) e de matéria publicada pela Folha no dia seguinte ("Grupo quer comprar Butantan, diz cientista", em "Cotidiano"), jamais fez qualquer oferta ao governo de São Paulo para adquirir a planta bioindustrial do Instituto Butantan.

Além de desprovida de qualquer motivação estratégica por parte da Sanofi, que sempre teve pelo Instituto Butantan o respeito devido a um patrimônio público da sua envergadura social, a teoria carece de fundamentação jurídica mínima, uma vez que uma operação desta natureza somente poderia ser cogitada -na remota hipótese de que um dia viesse a ocorrer - em um processo formal de privatização e de leilão público.

A história de nossa organização com o Brasil vem de muito longo tempo, contada por medicamentos, alguns quase centenários, que têm presença marcante na vida de milhões de brasileiros.

São medicamentos, na sua quase totalidade, fabricados aqui mesmo no país, na maior plataforma industrial do grupo fora da França. Além das quatro fábricas em operação, uma quinta unidade deverá entrar em atividade no final de 2012.

No que se refere às vacinas, as histórias de compromisso com o Brasil remontam a décadas.

Ela começou em 1974, quando a nossa empresa se mobilizou para produzir, em tempo recorde, quase 100 milhões de doses da vacina contra a meningite e para colaborar com o país no enfrentamento de uma grave urgência sanitária.

Em outras oportunidades, a Sanofi também respondeu prontamente a demandas cruciais da saúde pública brasileira. Do surto de febre amarela em 2008 à preparação da pandemia de gripe H1N1 em 2009, esta cooperação transcendeu de várias maneiras ao papel, por si só importante, de fornecedora de vacinas, prontas ou a granel.

A cooperação que foi iniciada em 1999 entre a Sanofi Pasteur e o Instituto Butantan permitiu à renomada instituição pública paulista entrar para o seleto grupo mundial de produtores de vacina contra a influenza. A planta é a primeira fábrica de vacinas contra gripe do hemisfério Sul.

Nos últimos dez anos, a Sanofi também prestou suporte tecnológico, científico e epidemiológico a vários projetos de vacinas de instituições brasileiras, inclusive do próprio Instituto Butantan.

Globalmente, a Sanofi vem acelerando essa dinâmica, tendo firmado, só nos últimos dois anos, 61 parcerias com grandes instituições de saúde no mundo.

Essa visão se apoia, principalmente, na convicção arraigada em nosso grupo de que os grandes desafios de saúde da atualidade só serão superados de maneira mais eficaz se iniciativa privada, academia e instituições governamentais puderem trabalhar de forma cada vez mais próxima e colaborativa.

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HUBERT GUARINO, 45, é diretor geral da Sanofi Pasteur no Brasil

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