Painel do Leitor
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Voto em Dilma
O que Rogério Cezar de Cerqueira Leite não abordou em seu artigo ("Por que votei em Dilma Rousseff", Tendências/Debates, 27/11) é que as medidas assistencialistas do lulo-petismo combatem os efeitos, e não as causas, da nefasta distribuição de renda no Brasil. Combater as causas seria arrumar uma forma eficaz de investir em educação de qualidade, do ensino básico ao superior. Caso isso não aconteça, seremos uma "Belíndia" por tempo indefinido.
Wander Cortezzi (São José do Rio Preto, SP)
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Gostei da linguagem acessível do professor Cerqueira Leite, mas discordo de seu posicionamento. Não é verdade que não houve esforço no governo do PSDB para reduzir a pobreza. Foi a estabilidade econômica propiciada pelo Plano Real que possibilitou a criação de programas sociais. Se fosse fácil acabar com a desigualdade, o aumento de 100% do salário mínimo assinado por João Goulart em 1964 teria sido um sucesso. Miséria não se extingue por decreto. É um trabalho longo e exigente.
Gabriel Cordeiro de Oliveira (São Paulo, SP)
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Apraz-me felicitar o articulista pelo excepcional artigo, quando demonstra com elegância que a turma de derrotados de PSDB, DEM e PPS não passa de falsos "varões de Plutarco" e frustrados catõezinhos de opereta. Pondera ainda com firmeza que lembram as velhas rameiras querendo dar lições de castidade. Parabéns ao professor Rogério Cezar.
Eurico de Farias Reis (Rio de Janeiro, RJ)
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O professor Rogério Cezar de Cerqueira Leite, ao afirmar: "Votei no projeto PT-Dilma Rousseff porque reconheço, como todo cidadão pensante, que essa era a opção capaz de melhor equilibrar os dois princípios antagônicos, reservando espaço adequado para a justiça social", está, no mínimo, menosprezando a inteligência dos cidadãos brasileiros e os dividindo entre pensantes e não pensantes, tal qual aconteceu na última campanha presidencial, quando se insinuou a divisão entre pobres e ricos, nordestinos e não nordestinos. Pedagogicamente, a aula poderia ser melhor.
José Carlos de Oliveira Robaldo, procurador de Justiça aposentado (Campo Grande, MS)
Lava Jato
Quais as razões para os advogados defensores dos acusados de corrupção na Operação Lava Jato tentarem retirar das mãos do juiz federal Sergio Moro, de Curitiba, as investigações para levá-las ao Supremo Tribunal Federal? Julgam o juiz Moro incompetente ou acham que se beneficiarão com o julgamento no Supremo?
Melchior Moser (Timbó,SC)
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Chego à conclusão que Fernando Henrique Cardoso errou ao não privatizar a Petrobras. Se houvesse sido privatizada, os petistas não teriam as portas abertas para impor bilhões de reais em prejuízos. Infelizmente, faltou visão a FHC para privatizar a nossa companhia, que hoje está cotada na metade do que valia.
Benone Augusto de Paiva (São Paulo, SP)
IPTU
Interessantes as justificativas de Fernando Haddad para elevar o IPTU de São Paulo ("Verba para obras sobe 20% com novo IPTU", "Cotidiano", 27/11). Fala-se em construir corredores de ônibus, criar leitos em hospitais ou vagas em creches. Não seria importante também propor soluções para a falta de água e as enchentes?
Maurílio Polizello Júnior (Ribeirão Preto, SP)
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Com a aprovação do aumento do IPTU, o prefeito Haddad conseguirá finalmente satisfazer seu desejo obsessivo de ocupar todas as ruas e avenidas de São Paulo com ciclovias e corredores exclusivos para ônibus.
Luciano Harary (São Paulo, SP)
José Mujica
Excelente a entrevista com José Mujica ("Narcotráfico está rindo da repressão às drogas", "Mundo", 26/11). Do alto de sua simplicidade, foi de uma clareza impressionante a respeito de dois assuntos que causam arrepios por estas bandas: a questão do aborto e a legalização da maconha. O combate a ambos já são duas guerras perdidas com o desperdício de bilhões de dólares. Talvez tenhamos, um dia, coragem de encarar o problema sem as lentes míopes do preconceito e da religião, pois trata-se de uma questão de saúde dos brasileiros.
José Fernando Machado (Taubaté, SP)
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O leitor Denis Schaefer (Painel do Leitor, 27/11) diz que o comércio ilegal de cigarros não diminui apesar de a venda ser legal e que o mesmo acontecerá com as drogas se forem liberadas, mas ele não percebe que a regulamentação das mesmas irá tirar uma parcela significativa do narcotráfico, o que diminuirá a violência.
José Reinaldo Baldim (Dourado, SP)
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Perguntaram ao socialista José Mujica: o que funcionou nesses dez anos do seu partido no poder? E ele respondeu: "Nós tínhamos 39% de pobreza há dez anos e agora temos 11%. Tínhamos 5% de indigência nas ruas e agora temos 0,5%". Essa é a esquerda na qual eu acredito: tem um foco na execução da letra constitucional, que impõe: "É objetivo fundamental do Estado erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais".
Wellington Martins, professor de filosofia (Bauru, SP)
Política econômica
Concordo com o leitor Arialdo Pacello (Painel do Leitor, 27/11), que afirma que os ministros de Dilma "devem implementar a política de governo, e não políticas diferentes". Só uma pergunta: o que fazer quando essa política se mostrou desastrosa, legando crescimento zero e inflação alta?
Antonio Pedro da Silva Neto (São Paulo, SP)
Ministério Público
O artigo do promotor de Justiça Roberto Livianu ("A Justiça e as sandálias da humildade", Tendências/Debates, 26/11) traduz com exatidão lúcida e corajosa o que é o Ministério Público brasileiro desde a Constituição Federal de 1988 e a conduta funcional que seus membros devem ter.
Paulo N. Weschefenfelder (Porto Alegre, RS)
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